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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Próximo presidente da República ficará com ‘mico na mão’, diz Serra

Ex-governador usou a expressão popular para referir-se à política de créditos subsidiados do Tesouro à iniciativa privada

Silvia Amorim

SÃO PAULO - O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quarta-feira que o próximo presidente da República terá um "mico na mão" para resolver. O "mico", segundo ele, é resultado da atual política de créditos subsidiados à iniciativa privada praticada pelo Tesouro Nacional.
A declaração foi feita em palestra sobre os rumos da economia promovida por um escritório de consultoria de um amigo do ex-governador em São Paulo. Serra estimou em cerca de R$ 400 bilhões o estoque desses créditos (empréstimos feitos a juros subsidiados). O risco, para o tucano, está no fato de que parte desse dinheiro não deverá ser pago pelos devedores.
— A conta movimento extinta nos anos 80 voltou via Tesouro. Hoje a maior instituição financeira do Brasil é o Tesouro. Deve ter de crédito acumulado uns R$ 400 bilhões. Não tem como reduzir esse estoque, que está acumulado. O próximo presidente vai ficar com um mico na mão porque eu duvido que não haja uma boa parte desses créditos sem saúde, que não sejam bons créditos, e nós vamos ter problemas na hora deles serem saldados — afirmou Serra.
No evento da GO Associados, do ex-presidente da Sabesp Gesner Oliveira, o ex-governador também projetou aumento da taxa básica de juros para o próximo ano. A medida, diz ele, teria relação direta com a eleição presidencial.
— Se o câmbio desvalorizar demais haverá mais pressão sobre a inflação e a inflação sim tem um efeito tremendo sobre resultados eleitorais. Então, a tendência vai ser acelerar o aumento dos juros ao meu ver como forma de contenção da inflação.
Ao falar sobre investimentos em infraestrutura, Serra criticou a atuação do governo federal e disse que a gestão do PT deveria ser alvo de estudo nas universidades para que os erros não se repitam.
— Os erros cometidos são material para curso. Isso deveria ser estudado nas escolas sobre como se investe mal, como não se sabe planejar nem investir no Brasil pelo menos na era petista.
A palestra foi à distância — por meio de uma conferência por telefone, transmitida pela internet. Não foi permitido tratar de assuntos que não fossem da área econômica a pedido de Serra.


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