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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Crise na Petrobras piora o cenário para a economia

Publicação: 16/12/2014 09:13 


A crise na Petrobras pode prejudicar dois pontos-chave da economia brasileira: os investimentos e o setor externo. A piora provocada pela estatal na economia vai se somar ao cenário já ruim para o ano que vem: a economia brasileira deverá crescer pouco - menos de 1% -, e a inflação continuará pressionada, próxima ao teto da meta. O envolvimento da Petrobras e grandes construtoras num esquema de corrupção é investigada na Operação Lava Jato. Nas últimas semanas, o agravamento das denúncias tem produzido impactos no andamento dos projetos da companhia.

A Petrobras detém uma grande fatia dos investimentos programados para a economia brasileira no ano que vem. A estatal planeja investir cerca de R$ 100 bilhões - a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá ficar entre R$ 800 bilhões e R$ 900 bilhões, segundo estimativa da Tendências Consultoria Integrada. “É difícil mensurar quanto desse investimento pode ser realmente afetado, quanto vai deixar sair do papel, mas deve haver algum impacto”, afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências.

O estrago da Petrobras nos investimentos pode ser ainda pior quando se leva em conta o efeito multiplicador. Para cada real gasto, R$ 1,9 é gerado na economia como um todo. “Se estamos falando (de um peso da Petrobras) de 10%, com o efeito multiplicador, chega ao redor de 20%”, diz a economista. A melhora do investimento se tornou fundamental para o avanço da economia brasileira. Por muitos anos, o consumo das famílias funcionou como o motor do PIB brasileiro, o que não ocorre mais. Dessa forma, era esperado que o investimento suprisse essa lacuna.

Por ora, há um desânimo com o crescimento previsto para a economia do País em 2015. A expectativa do relatório Focus, feito pelo Banco Central, estima um crescimento de 0,69%. Para o economista-chefe do banco de investimentos BTG Pactual, Eduardo Loyo, a crise da Petrobras adiciona incerteza na economia, num momento em que se esperava uma melhora. O fim do processo eleitoral e a credibilidade do ajuste na política econômica a ser liderado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, eram dois fatores que poderiam trazer confiança. “Há uma quantidade de ruídos e fricções no cenário tanto político quanto empresarial associado a esse caso da Petrobras. Esse cenário de ruídos e fricções pode acabar tendo sobre o desempenho da atividade, em particular sobre o apetite dos investimentos, efeito semelhante ao que houve ao longo de 2014”, diz.

A possível lentidão dos investimentos da Petrobras também deve tornar difícil a recuperação consistente do comércio internacional, no médio e longo prazo. Neste ano, o Brasil deverá ter um déficit comercial de petróleo e derivados de cerca de US$ 21,5 bilhões, segundo projeções da consultoria GO Associados. Na balança comercial como um todo, o cenário é desalentador. Entre janeiro e novembro, o déficit acumulado é de US$ 4,22 bilhões - o pior resultado para o período desde 1998.

“A empresa poderia reduzir o déficit comercial como forma de compensar o ciclo de baixa de commodities que o mundo vive hoje e que não vai ser equacionado no curto prazo”, diz Fabio Silveira, diretor de pesquisas da GO Associados.

Câmbio ajuda exportador, mas eleva inflação

17/12/2014 09:00
São Paulo - A disparada do dólar em relação ao real, que fechou ontem cotado a R$ 2,74, o maior valor em mais de nove anos, mais que compensa a queda no mercado internacional dos preços em dólar dos bens exportados pelo País, a maior parte matérias-primas.
Isso melhora as expectativas para exportações a médio prazo, mas aumenta a pressão sobre a inflação em 2015.
Entre dezembro de 2013 até a terça-feira, 16, a moeda americana se valorizou 11,3%, descontada a inflação, nos cálculos do economista Bruno Lavieri, da consultoria Tendências. De dezembro do ano passado até outubro deste ano, os preços dos produtos exportados em dólar caíram 7%.
Segundo as projeções do economista, até o fim do ano essas cotações terão recuado 8,4%. "É uma diferença favorável ao dólar de quase 3 pontos porcentuais", diz Lavieri.
Segundo ele, esse diferencial melhora as expectativas para as exportações, mas não terá efeito nas vendas externas de imediato por dois motivos.
Primeiro, porque as exportações foram contratadas num período anterior à alta do câmbio. O segundo é que os exportadores normalmente fazem seguro (hedge) para se protegerem das oscilações do dólar.
O diretor de pesquisas da GO Associados, Fabio Silveira, endossa a avaliação de Lavieri. "Na margem, o avanço do câmbio compensa a queda dos preços das commodities em dólar, excluindo a retração do petróleo nos últimos 30 dias."
Ele ressalta que, em reais, nenhuma commodity agrícola teve queda importante nos últimos 30 dias, o que aumenta as preocupações sobre a inflação.
Soja
Quem está comemorando são os produtores de soja, pois conseguiram recuperar parcialmente a perda provocada pela queda de preços em dólar. "Foi uma boa surpresa", diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.
Ele conta que os 8,86 milhões de hectares do Estado destinados à soja já foram plantados e não há possibilidade de ampliar a área. No entanto, o avanço do câmbio surtiu efeito nos custos e na venda antecipada do grão.
Até meados de setembro, a venda antecipada de soja correspondia a 11%, fatia bem inferior à do mesmo período do ano passado (40%). Hoje, com a alta do dólar, esse porcentual já oscila entre 45% e 48%, o mesmo nível de dezembro do ano passado.
Além de acelerar a venda antecipada de soja, a valorização do dólar ante o real melhorou os preços em reais do grão. A cotação média da saca de 60 quilos em Mato Grosso está agora em R$ 50, ante os R$ 40 em setembro.
"Com esse câmbio recuperamos parte da competitividade, mas não tudo pois também temos custos em dólar."
Eletrônicos
Enquanto os produtores de soja comemoram a alta do dólar, os fabricantes de eletrônicos, especialmente de TVs, que importam 80% dos componentes usados nos aparelhos, estão preocupados.
"Todas as empresas estão preocupadas especialmente com os pedidos de componentes para março, já que os itens importados para uso nos dois próximos meses estão comprados", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne a indústria de eletrônicos.
O diretor de uma fabricante de TV que prefere o anonimato diz que a saída é adiar encomendas de componentes importados na expectativa de que o câmbio recue.
De toda forma, ele diz que pelos aumentos de custos neste ano até agora, incluindo o câmbio, será necessário elevar em 15% o preço das TVs em 2015. Difícil é saber se vai emplacar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

GO Associados: desafio de equipe econômica será 'árduo'


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O diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fábio Silveira, considerou "árduo" o desafio dos três indicados para comandar a área econômica do governo a partir de 2015 - Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central) - e a expectativa, segundo o economista, é de que a equipe busque em primeiro lugar o resgate da credibilidade fiscal. O tema, aliás, abriu o discurso de Levy, ao ser apresentado, esta semana, como o futuro ministro da Fazenda, quando ele propôs metas de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015 e de no mínimo 2% para 2016 e 2017.

"O resgate da credibilidade fiscal é o primeiro indicador que os investidores olham. Isso passa por reduzir ao máximo as despesas e aumentar tributação onde puder para gerar o desejado superávit primário, que hoje está um desastre", disse Silveira. Ao ser indagado por uma jornalista se aumentaria tributos e cortaria benefícios, Levy afirmou apenas que as medidas necessárias para equilibrar as contas públicas serão tomadas e reafirmou a responsabilidade de cumprir a meta do superávit. "O ministro terá de mexer em focos que são sabidamente problemáticos, como seguro-desemprego, pensões e aposentadorias", afirmou Silveira.
O diretor de pesquisa econômica da GO Associados lembrou que a volta da credibilidade fiscal é importante para que "o mercado internacional não piore a visão do Brasil, que, ao contrário do muitos falam, não é ruim, pois o Brasil ainda tem uma injeção de recursos externos e risco país baixo", disse.
Ainda segundo Silveira, a segunda meta dos próximos comandantes da economia será reduzir os quase 5% do PIB de déficit de transações correntes, o que passa principalmente pelo incentivo à competitividade da indústria por meio do aumento da produtividade do setor, como destacou o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. "É preciso melhorar a competitividade com redução de carga tributária e até com uma redução de juros, pois o custo de capital de giro é gás venenoso com destruição progressiva para as empresas que precisam disso a todo segundo", disse Silveira.
O economista destacou ainda um maior controle da inflação, o qual não envolve apenas juros. No entanto Tombini no discurso desta semana sinalizou que o controle da inflação seguirá por meio do aumento da Selic. "Eles vão tomar um susto no final do ano e vão ter de passar o Natal e o revéillon em Brasília por conta da pressão inflacionária", disse Silveira.

GO Associados: IBC-Br mostra economia tendendo a crescimento zero em 2014


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O diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira, afirmou nesta segunda-feira, 15, que a queda de 0,26% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro, com ajuste sazonal, "mostra que seguimos rumo ao crescimento nulo da economia em 2014". Segundo ele, a projeção de crescimento de 0% no Produto Interno Bruto (PIB) da consultoria para este ano segue mantida e foi reforçada pelo desempenho negativo do IBC-Br de outubro.
Para Silveira, a economia brasileira deve seguir estagnada durante o primeiro semestre de 2015, até uma melhora no segundo semestre puxada principalmente pela recuperação nas exportações. "As coisas vão ficar estagnadas por um bom tempo, com uma série de obstáculos para o mercado doméstico, como o juro elevado, a perda de dinamismo no varejo e as exportações ainda sem reação, mesmo com a melhora do câmbio", disse.
Com o dólar em torno de R$ 2,80, as exportações na segunda metade de 2015 devem melhorar, segundo Silveira, principalmente pelo dinamismo de setores de maior valor agregado da indústria, como o da siderurgia. "Já o agronegócio, apesar da melhora cambial, deve seguir 'de lado', por causa da queda de preços das commodities", concluiu.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Inflação dá um salto e aluguel vai a 0,98% em novembro

Publicação: 2014-11-28 00:00:00 | Comentários: 0
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São Paulo (AE) - Puxada pelos preços de três matérias-primas no atacado - soja, milho e bovinos-, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), deu um salto este mês e acendeu um sinal de alerta sobre as pressões maiores que devem ocorrer no custo de vida do consumidor neste ano e no próximo, especialmente por causa dos preços dos alimentos. Em novembro, o IGP-M subiu 0,98%, com alta de 0,70 ponto porcentual na comparação com outubro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 12 meses, a inflação que estava perdendo o fôlego por seis meses seguidos voltou se acelerar em novembro e acumulou alta de 3,66%. Só soja, milho e bovinos responderam por quase a metade do resultado de IGP-M de novembro. No atacado, a soja subiu 6,05% este mês, seguida por bovinos (5,86%) e pelo milho em grão (10,92%).
Houve um choque agrícola em outubro, provocado principalmente pela seca, com reflexos nos preços dessas commodities em novembro”, afirma Salomão Quadros, superintendente adjunto de preços da FGV. Ele pondera que o choque agrícola atual não foi tão forte quanto o que houve no início do ano. Em março, O IGP-M subiu 1,67% por causa dos alimentos. Mas ele ressalta que a escalada de preços dessas commodities deve ter impactos na inflação ao consumidor em dezembro e no ano que vem.

Adriana Molinari, economista da consultoria Tendências, prevê que o grupo alimentação no IPCA, o índice oficial de inflação, tenha uma trajetória ascendente. Para este mês, projeta 0,73%; para dezembro, 0,78%, e 0,90% para janeiro de 2015. 

Nesta semana o Boletim Focus do Banco Central apontou que o mercado elevou de 6,40% na semana anterior para 6,43% a inflação ao consumidor medida pelo IPCA para este ano, Para 2015, a expectativa foi ampliada de 6,40% para 6,45%.

“Foi apressada a leitura feita a partir do IPCA-15 de novembro, que subiu 0,38%, de que a inflação estava perdendo força”, observa Quadros. Em outubro, o índice tinha subido 0,48%. Na sua avaliação, a alimentação em 2015 não vai ajudar a inflação. “Não haverá novas rodadas de queda de preços das commodities”, prevê. Entre maio e agosto, o IGP-M teve deflação por causa do recuo dos preços das matérias-primas. 

Quadros observa que, além do fato de as commodities agrícolas deixarem de contribuir para segurar a inflação, em 2015 haverá pressão exercida pelos preços administrados, que vão ser reajustados. Também a perspectiva da volta do imposto sobre combustíveis deve pressionar a inflação. 

Essa também é a avaliação do diretor de pesquisas da consultoria GO Associados, Fabio Silveira. “Diante do resultado do IGP-M, a inflação de 2015 começa muito pressionada.” Além do efeito das cotações das commodities que, segundo ele, que foram pressionadas mais pela alta do câmbio do que pela seca, o fato de o IGP-M ter se acelerado piora o quadro para o ano que vem. É que o IGP-M é usado para reajustar outros preços, como os aluguéis. “Há também a inflação gregoriana, que é o reajuste que ocorre na virada do ano.”

Sem queda de 1,9% na agropecuária, PIB teria crescido 0,7% no terceiro trimestre



RIO - O tombo de 1,9% na Agropecuária no terceiro trimestre frente ao trimestre anterior surpreendeu analistas e roubou crescimento do PIB. Pelos cálculos do economista Bráulio Borges, da LCA Consultores, o PIB teria crescido 0,7% e não 0,1%, não fosse o desempenho do setor que sofreu efeitos da estiagem sobre safras importantes como cana de açúcar e café. A expectativa da consultoria é que setor permanecesse estável no período.

— Apesar de pesar pouco no PIB, a agropecuária tem variado muito, com uma volatilidade comparável ao das passagens aéreas no IPCA — afirma Borges.

O desempenho da agropecuária fez com que a LCA revisasse para baixo o crescimento esperado para o PIB neste ano de 0,4% para 0,2% e também o do ano que vem, de 1,1% para 1%.

CAFÉ E CANA PESAM NO PIB AGRÍCOLA

O resultado na comparação com o segundo trimestre surpreendeu a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que previa queda de, no máximo, 0,6%.

— Pesou bastante a estimativa de queda de produção do café e da cana, que são bastante representativos dentro do escopo da agropecuário. Capitalizaram o resultado negativo — afirma Renato Colchon, economista da CNA

Para analistas do setor, a agricultura colheu, no terceiro trimestre, as consequências da seca que começou a atingir o país no fim do ano passado. A principal lavoura afetada foi a do café. Segundo estimativa do IBGE, a produção de café deve recuar 6,6%. De acordo com os especialistas, a colheita, que normalmente ocorre no inverno, foi prejudicada porque o período de floração, entre dezembro e fevereiro, foi de seca.

O IBGE destaca também a queda da produção de cana, terceira lavoura mais importante da agricultura brasileira. De acordo com os dados do instituto, a expectativa é de recuo de 5,9%. No caso da cana, além da seca, o setor enfrenta dificuldades por causa da falta de rentabilidade do etanol, que competa com a gasolina, cujo preço é controlado pelo governo.

— A cana foi afetada por dois fatores. Além do clima, essa cultura está sendo prejudicada pelo enfraquecimento do etanol. Você tem um problema de rentabilidade que se estende há muito tempo, que é um fator de inibição da atividade — explica Fábio Silveira, economista da consultoria Go Associados.

Para ele, o desempenho do café não deve se recuperar no ano que vem. Isso porque o produto é uma cultura que os especialistas chamam de bianual: um ano positiva, outro negativa. A expectativa era que esse ano fosse o bom, mas a seca da primavera do ano passado quebrou esse ciclo. Agora, espera-se que mais um ano fraco para a plantação.

— O café não tem como expandir rapidamente a sua oferta porque teve problemas e estiagem forte. Até recuperar leva um tempo. Não se planta e colhe café como se planta e colhe soja. Não há expectativa de recuperação de produção para 2015 — diz Silveira.

Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que a queda no preço das commodities influenciou o resultado. Para ele, é muito muito cedo para estimar o desempenho do setor no ano que vem:

— Tem vários fatores que devem interferir, como o clima. A expectativa da Conab é de aumento da safra, mas é muito cedo.




Agronegócio pode ter fatia menor do PIB em 2015

Safra de soja é vista em área na cidade de Tangara da Serra, em Cuiabá
Soja: Aumento da oferta de commodities no mercado mundial, puxada pela supersafra norte-americana, pode prejudicar o setor
Gustavo Porto, do Estadão Conteúdo
Ribeirão Preto – O cenário de incerteza do agronegócio – com a safra brasileira de grãos ainda sendo plantada e preços das commodities em queda – pode levar o setor a perder, em 2015, um de seus vários rótulos: o de sustentador do Produto Interno Bruto (PIB).
No entanto, especialistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ainda divergem sobre o tamanho do impacto da cadeia agropecuária no PIB brasileiro no próximo ano.
A avaliação é de que a provável perda de renda do setor possa ser superada pela safra também recorde do País, o aumento da demanda global por alimentos, com destaque à proteína animal, bem como uma correção cambial, o que favoreceria as exportações em 2015.
Esses fatores freariam, ao menos em parte, o viés negativo que a maior oferta das principais commodities pode trazer, principalmente após a supersafra norte-americana. Além disso, o agronegócio deve seguir líder em competitividade e produtividade em relação aos outros setores da economia brasileira.
"A renda (do produtor) cairá, mas o PIB do agronegócio não necessariamente recuará, porque a variação de quantidade (produzida) será maior em 2015 e isso influencia muito. E o agronegócio ainda continua sendo muito bom (em termos de competitividade) comparativamente com o resto", disse Amaryllis Romano, sócia da Tendências Consultoria.
Para a economista, o clima pode trazer o impacto negativo, mas o câmbio, com a alta do dólar, deve ampliar a já elevada competitividade do País.
O coordenador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, segue a mesma linha de Amaryllis e avalia que o PIB do agronegócio deverá contribuir positivamente para o crescimento da economia do País em 2015, na esteira de um crescimento menor dos demais setores econômicos.
"Não se vislumbra uma recuperação significativa da indústria. Por um lado, a produtividade vai mal e, por outro, o consumidor está endividado; e, finalmente, o governo não dispõe de recursos para incentivar sua demanda", exemplificou.
Levantamento do Cepea/Esalq e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgado em outubro apontou que o PIB do agronegócio acumulou alta de 1,9% nos primeiros sete meses de 2014, enquanto o PIB brasileiro está próximo a zero.
A alta acumulada foi puxada pela produção agropecuária, com aumento de 4,23%, pelos insumos, com 1,78%, e pela distribuição, com crescimento de 1,56% entre janeiro e julho de 2014. O aumento só não foi maior por conta justamente da agroindústria, que recuou 0,02% no período.
Sem fatores "relevantes estimulando o agronegócio", Barros supõe que, por conta do aumento da produtividade, o setor "siga crescendo a uma taxa anual média de 3,5% ao ano, que é o valor esperado para 2015". Já a agropecuária, considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na apuração do PIB, deve avançar 4%, desde que ponderadas as incertezas climáticas, na avaliação do coordenador do Cepea.
Menos otimista, o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fábio Silveira, espera um crescimento modesto para o PIB da agropecuária em 2015, com um impacto pequeno, mas positivo no PIB oficial do País.
Na mesma linha, o PIB do agronegócio, que considera os setores "fora da porteira" – insumos, distribuição e agroindústria – "não deve ter desempenho equivalente em 2015", segundo Silveira, mas também contribuirá positivamente em uma economia que deve crescer apenas 1,3% no próximo ano, na avaliação da GO Associados.
De acordo com Silveira, a desvalorização cambial deve repor a perda de renda com os preços menores de grãos e ainda ajudar a indústria a recuperar um papel mais proativo no PIB brasileiro no próximo ano. "O agronegócio vai perder muito do charme em 2015. A indústria pode resgatar a força, por conta da desvalorização cambial, e empurrar produtos para mercados que mostram dinamismo, como o norte-americano e alguns da América do Sul, como Colômbia, Peru e, talvez, Argentina", comparou.
Após um levantamento do Programa de Pesquisas em Agronegócios da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (AgroFEA), da USP, apontar que o índice de confiança do produtor agrícola bateu o recorde negativo em outubro, o coordenador do programa, Roberto Fava Scare, é totalmente pessimista quanto ao crescimento do setor em 2015.
Ele minimiza os efeitos do dólar no setor e lembra que a alta recente na moeda norte-americana impactou o custo das lavouras, pois ocorreu na época da compra dos insumos. "Se essa mudança de patamar do dólar, de R$ 2,20 para R$ 2,50, persistir até a comercialização da safra, ainda será muito pouco", diz. Ele destaca que o recuo dos preços das commodities foi maior. Scare cita ainda as desacelerações previstas para o mercado chinês, principal destino do grão brasileiro, e também para o mercado interno. "O que pode segurar um pouco é o mercado de proteína animal, cuja produção tende a crescer. Essa contribuição do agronegócio para sustentar a economia brasileira nos últimos 10 anos não será igual em 2015", concluiu.
Fonte: Exame
Paulo Whitaker/Reuters

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Agronegócio nacional continua a atrair estrangeiros

31/10/2014 - 05h00

Nayara Figueiredo

A agropecuária brasileira segue nos radares dos investidores estrangeiros, que têm marcado presença através de operações de fusão e aquisição. Entretanto, a falta de clareza em alguns setores, a política adotada no País e a estimativa de margens baixas nas commodities devem impor cautela a estes investimentos em 2015.
De acordo com dados consolidados pelo Rabobank, em 2013, 60% das transações de fusões e aquisições no País assessoradas e concluídas pelo banco foram realizadas com participação de companhias internacionais, principalmente as norte-americanas ou asiáticas.


“O segmento de fertilizantes líquidos, por exemplo, apresenta um crescimento expressivo. Mesmo sendo um nicho relativamente pequeno, ele vem atraindo muitos investimentos estratégicos”, diz o especialista em Mergers & Acquisitions do Rabobank, Rodolfo Hirsch. O sócio da Demarest Advogados no segmento de Agronegócios, Renato Buranello, acrescenta que a área de insumos agrícolas como um todo, assim como as de sementes e grãos tendem a conseguir boas oportunidades no mercado investidor.

Cautela

“Neste ano o Brasil ficou meio parado no que se refere a investimentos porque havia uma disputa eleitoral na qual o governo poderia mudar de direção. Com a reeleição da presidente Dilma, o cenário está mais claro porque os investidores já conhecem as posições dela, mas a palavra do momento é cautela, uma vez que ainda não está definida qual será a política macroeconômica”, explica o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira.


Outra questão que pode reduzir a vinda de estrangeiros é expectativa de queda nas margens de preço e rentabilidade das commodities.
Para o sócio da GO Associados, Fábio Silveira, este recuo nos rendimentos da produção vai impactar negativamente no próximo ano.

“Será necessário controle de custos e cautela. Tivemos situações de excelentes captações de renda, produção e área plantada. Agora entraremos em um ano de ajustes”, explica o executivo da GO Associados.

Investimento direto
Dados do Banco Central mostram que o capital direto investido na agropecuária passou de US$ 559 mi, em 2013, para US$ 193 mi no comparativo anual para o acumulado do ano até setembro. Isso devido a uma limitação do governo federal para aquisição de terras por estrangeiros.


“Isso precisa ser revisto para que tenhamos acesso a investimentos maiores. Esta é uma das coisas que trava o capital de entrar no País”, critica o presidente da SRB.


Diante disso, o capital fica limitado à entrada através de companhias do setor. Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Lopes, este fator viabilizou a participação externa indireta e favoreceu a exploração de grãos, insumos e alimentos processados, como as carnes.


Fonte: DCI

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Com recuo de commodities, PIB terá alta menor

03/11/2014

Se a recente queda de preço das commodities agrícolas e metálicas se prolongar ao longo de 2015, a economia brasileira poderá crescer ainda menos que o previsto no ano que vem, segundo análise de economistas ouvidos pelo Valor .

A Nomura Securities, por exemplo, estima em relatório divulgado semana passada que o recuo prolongado de preços faria o Produto Interno (PIB) do Brasil crescer 1,8% no próximo ano, em vez de 2,1%, estimativa que é o cenário-base da instituição. De acordo com a Nomura, 70% das exportações do Brasil são commodities, com minério de ferro, soja e petróleo bruto sendo os três principais produtos.

Sílvio Campos Neto, economista-sênior da Tendências Consultoria Integrada, destaca que, embora as matérias-primas em geral sejam relevantes na pauta exportadora, o Brasil seria mais sensível à queda dos preços dos minérios. A previsão da consultoria é que os preços do minério fechem 2014 com queda de 10%. Para Campos Neto, os preços não devem se recuperar no ano que vem, porque há excesso de oferta no mercado global. "Isso certamente não favorece uma recuperação dos preços, o que limita a possibilidade de melhora da balança comercial no curto prazo."

A queda nas cotações das commodities piora também a relação entre a evolução do preço das exportações e das importações, os chamados termos de troca, que têm sido favoráveis ao Brasil nos últimos anos, diz Rafael Bacciotti, da Tendências. O avanço dos termos de troca na última década estimulou o acúmulo de recursos vindos do exterior para financiar o aumento das importações no país, o que permitia o crescimento da absorção doméstica (consumo, investimento e gastos públicos) em ritmo mais rápido que o do PIB.

"Esse crescimento explicável pelo acúmulo de poupança externa não deve acontecer nos moldes que acontecia antes", diz Bacciotti. Segundo ele, o cenário mudou. A perspectiva de que a China em desaceleração comprará menos commodities do que antes transformou o que até agora foi estímulo externo em limitador do crescimento brasileiro. 

"A renda deve se expandir de maneira mais alinhada ao PIB nos próximos anos. Isso é um desafio, porque não teremos mais o boom de commodities e o fluxo de capitais também deve se reduzir", diz.

O cenário de menos recursos externos entrando no país ajuda a explicar a previsão da Tendências de desvalorização do câmbio nos próximos meses. A moeda americana deverá terminar 2015 em R$ 2,79, depois de fechar este ano a R$ 2,58. "Isso tem como fundamentos tanto a alta global do dólar, com expectativa de início de ajuste da política monetária americana, quanto a questão das commodities e dos termos de troca que não serão tão favoráveis como nos anos anteriores", diz Campos Neto.

A Nomura prevê o dólar a R$ 2,70, impulsionado pela necessidade de compensar a queda dos termos de troca. "Se um choque de preços de commodities leva a um menor fluxo de recursos para o Brasil, forçando déficit em conta corrente menor, então a moeda teria de se desvalorizar ainda mais", observa.

O cenário para as matérias-primas agrícolas, como soja e milho, também é desanimador do ponto de vista das exportações brasileiras, avalia Fábio Silveira, da GO Associados. Segundo ele, a cadeia produtiva agrícola já começa a sentir os efeitos da desvalorização dos preços. Só a soja -o Brasil exporta entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões por ano - acumulou queda em torno de 50% em apenas cinco meses de 2014. "Começou no segundo trimestre e caiu como um paraquedas", diz Silveira.

Para ele, a principal causa da baixa nos preços dos alimentos vem do comportamento do mercado financeiro, e não de questões de oferta e demanda global. A baixa é influenciada, principalmente, pela percepção dos investidores de que os juros americanos subirão em 2015, em um momento em que as safras agrícolas ao redor do mundo oferecem excedente de produção.

"Temos o mundo financeiro interferindo bastante na formação dos preços agrícolas. É, sobretudo, a fuga de investidores desse mercado migrando para títulos de renda fixa", diz Silveira. Ele prevê que os preços da soja caiam 15% em 2014 e outros 15% no ano que vem.

A baixa nos alimentos pode, por outro lado, favorecer o processo desinflacionário no Brasil. Na avaliação da Nomura, preços menores nas chamadas soft commodities (basicamente agrícolas) poderiam ter impacto positivo na inflação, criando espaço para uma resposta contracíclica a uma eventual desaceleração da economia. Já uma queda prolongada nos preços dos metais teria um impacto relativo maior no crescimento e no nível do câmbio, projeta a consultoria. De forma geral, "os preços das commodities têm impacto direto nas exportações e nos níveis de investimentos", diz o relatório.

A Nomura, nas suas previsões, usa o índice CRB, que mede a variação de uma cesta de 19 commodities, entre alimentos, energia e metais. No cenário montado pela consultoria, após o recuo de quase 10% no terceiro trimestre, o CRB cairia mais 10% no quarto trimestre (até agora caiu 3%) e ficaria nesse nível ao longo de 2015, o que implica queda de 12% no ano que vem, na comparação com 2014.

Para o minério de ferro, Silveira prevê que os preços continuem em queda ao longo de 2015 e cheguem à faixa de US$ 90 a tonelada, após fechar 2014 em torno de US$ 95. "O biênio 2014-2015 será o fundo do poço de várias commodities, ainda tem uma pressão que vai se propagar para o ano que vem", diz Silveira, que explica que a queda nos metais é reflexo da baixa nos preços das outras commodities, além de uma ampliação da oferta australiana.

Os preços do petróleo, prevê a GO Associados, devem cair 7% na média em 2014, fechando em torno de US$ 100, e sofrer nova queda, de mais 10%, no ano que vem. Apesar disso, o óleo deve influenciar positivamente a balança comercial em 2015, segundo Silveira, já que há expectativa, no Brasil, de aumento da produção e da exportação e de alguma redução da importação.

"O petróleo começou a ter aumento de produção no Brasil e já está em ritmo mais acelerado", diz. Mesmo com a queda dos preços do óleo, o efeito do petróleo tende a ser positivo para o comércio exterior brasileiro. A projeção da GO Associados, em fase de revisão, é de superávit comercial de US$ 3 bilhões em 2014 e US$ 6 bilhões em 2015.
Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Petróleo em queda pode ajudar balança comercial do país a fechar com superávit

O forte recuo na cotação internacional do barril de petróleo do tipo Brent neste mês - de 9,2% até a última sexta-feira - pode ajudar a balança comercial do país a ter um pequeno superávit neste ano. Na visão de analistas do setor, a redução esperada para o déficit da balança de petróleo e derivados, que neste ano até setembro estava em 21,9%, vai se intensificar, já que o Brasil importa mais combustíveis e outros subprodutos do petróleo do que vende o óleo cru.

Um efeito negativo, no entanto, deve ser observado no nível de exportações totais do Brasil. Neste ano, o petróleo, entre os três produtos mais vendidos ao exterior, é o único que foi expressivo nos embarques na comparação com o ano passado, o que ajudou a segurar o recuo nos preços do minério de ferro e da soja. De janeiro a setembro e na comparação com o mesmo período do ano passado, os embarques de óleo cru atingiram US$ 12,2 bilhões, valor 42,5% superior a 2013.

Analistas estimam que a maior parte dos contratos de venda de petróleo assinados pela Petrobras não passem pelo mercado "spot", mais sensível à variação de preços. Assim, o petróleo mais barato deverá aparecer nas estatística de comércio exterior entre um e dois meses. "Apesar de segurar um pouco o nível do crescimento das exportações de petróleo, a queda na cotação é favorável ao resultado da balança comercial. Algo do efeito desse movimento internacional ainda será observado na balança comercial até o fim do ano", afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Neste ano até setembro, a balança de petróleo e derivados registrou déficit de US$ 15,2 bilhões, valor 23% menor do que ano passado. "Sempre quando cai o preço do petróleo bruto, há uma forte correspondência com o preço dos derivados. A tendência deste ano saldo negativo menor deve se acentuar, o que vai ajudar no resultado final", diz Castro.

O sinal do saldo da balança comercial em 2014 dependerá mais do volume exportado de petróleo do que da oscilação de preços. Na média entre setembro e as duas primeiras semanas deste mês, foram exportadas 98 mil toneladas ao dia. No mesmo período do ano passado, as vendas diárias foram de 64 mil toneladas.

Até o final de dezembro, no entanto, a commodity terá que ser embarcada em maior volume para compensar as três plataformas exportadas pela Petrobras no último trimestre de 2013, que adicionaram US$ 4,9 bilhões às exportações totais. Até setembro, os embarques totais do Brasil registravam retração de 1,7%, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

"Como não teremos esse tipo de embarque até o fim do ano, nas minhas contas, a média diária de petróleo vendida teria que aumentar para 130 mil toneladas para compensar esse feito. Com o óleo um pouco mais barato e não havendo esse crescimento tão grande no volume embarcado, por causa das plataformas, as exportações totais podem fechar o ano com recuo de 5,5%", afirma o presidente da AEB.

A projeção da GO Associados para as contas de petróleo e derivados é de recuo de 27,8% no déficit em 2014, que deve cair para US$ 12,6 bilhões na conta que exclui gás natural, hulha e outros energéticos. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) trabalha com redução no saldo negativo de 27%, mas com o déficit não passando de US$ 9 bilhões.

O aumento de produção por parte da Petrobras e a desaceleração da economia, que esfriou a demanda tanto do óleo cru quanto dos combustíveis derivados, ajudaram a aliviar a conta comercial brasileira. Até setembro, a produção nacional de petróleo havia crescido 3,7%.

"O comportamento da balança do setor de petróleo e gás ficou em linha com o projetado no começo do ano, em função da concretização do aumento da oferta e necessidade menor da importação, afetada pela desaceleração da economia", afirma Fabio Silveira, diretor de pesquisa econômida da GO Associados.

Para Rodrigo Branco, economista do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento (CEDES/UERJ), o recuo da cotação do barril de petróleo tem "efeito marginal" no valor que será obtido com as exportações da commodity até o fim do ano. "O volume será muito mais importante para definir se teremos déficit ou superávit", afirma.

Nas previsões do centro de estudos do qual Branco faz parte, o petróleo é o produto com maior papel na definição do resultado do ano, já que os contratos de venda de minério de ferro a ser embarcado estão assinados e a soja foi praticamente toda exportada.

Caso se mantenha no médio prazo a tendência de permanência do barril de petróleo em um patamar de US$ 85, o principal efeito negativo para as exportações será sentido nos números do ano que vem, já que, em volume, "a produção vai aumentar e com isso teremos mais exportação e a importação deve recuar."

Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Pedroso | De São Paulo

Antes tarde do que nunca

21/10/2014 - 05h00

Liliana Lavoratti

Alguns temas relevantes para o País demoraram a aparecer no debate da corrida presidencial deste ano. Um deles foi o sistema tributário das pequenas e microempresas, melhorado nos últimos, anos mas com aperfeiçoamentos pendentes. Com este assunto, a presidente Dilma e candidata à reeleição pelo PT abriu o debate anteontem à noite com seu concorrente, Aécio Neves (PSDB), na Rede Record. Embora os dois tenham dito o que era esperado - a presidente reiterou a promessa de novas melhorias no sistema de tributação dessas empresas, e o tucano reforçou essa necessidade -, o fato é que os candidatos finalmente incluíram o tema na agenda. Mudança de hábito
Produto robusto e masculino em outros países, as lavadoras de alta pressão conquistaram as mulheres brasileiras, já responsáveis por 50% das compras desse eletrodoméstico no Brasil. "De um ano pra cá identificamos essa mudança de hábito e, pensando nisto, criamos uma linha com lavadoras mais compactas, leves e com design exclusivo para o mercado nacional", diz Frank Corrêa, gerente de vendas da Kärcher, líder mundial em soluções de limpeza e criadora do conceito de lavadora de alta pressão. Nos últimos doze meses, as mulheres adquiriram 800 mil lavadoras.
Produção de automóveis
O cenário para a indústria automobilística brasileira permaneceu adverso após a divulgação da produção de setembro de 2014, quando foram produzidos 300,8 mil veículos (incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), ou seja, 6,7% abaixo do observado no mesmo mês de 2013. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas da GO Associados, economista Fabio Silveira, isto levou a produção do setor, nos nove primeiros meses de 2014, a acumular queda de 16,8% perante igual período anterior.
Rodeio premiado
Percorrer estados brasileiros promovendo treinamento de mão de obra de operadores de máquinas de construção e a divulgação das minicarregadeiras Skid CASE foi o objetivo do Rodeio Skid CASE, realizado em 2013. O projeto também rendeu à CASE Construction Equipment, marca da CNH Industrial, o primeiro lugar na categoria Comunicação e Organização de Eventos do 40º Prêmio Aberje - regional Minas Gerais / Centro-Oeste. O Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) é referência em concursos de comunicação do Brasil.
Água em debate
A GO Associados promoverá nesta quinta-feira (23), das 18:00 às 19:30, palestra com conference-call sobre "O desenvolvimento da Cidade de São Paulo e a Crise da Água". Dentre os convidados, Caio Ferraz Silva, diretor do filme "Entre Rios"; Anna Lívia Arida, diretora da ONG Minha Sampa; e Dante Ragazzi Pauli, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. O evento indica que este debate está se ampliando cada vez mais e para segmentos da sociedade brasileira além de governos e empresas.
Editora-fechamento

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Preço do petróleo desaba e zera defasagem da gasolina no Brasil



Por: Raquel Landim | De São Paulo
        Valdo Cruz | De Brasília

15/10/14 09:30

A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano.

"Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel", disse um assessor do governo à reportagem. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições pela presidente Dilma.

O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3% ontem para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados.

A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%.

Esses porcentuais não levam em consideração o frete, que onera o combustível importado em cerca de 10%. Se incluído esse custo, a defasagem na gasolina ainda estaria próxima de 7%.

"No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis", disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. "Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa", disse Fábio Silveira,economista da GO Associados.

Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta.

A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação.

Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina.

Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009.

A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira. Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.

Fonte: Folha

GO Associados: indefinição política pressiona o mercado

Por: Gustavo Porto

Qua, 15/10/2014 às 12:45


A indefinição do cenário político - com o debate desta terça-feira, 14, entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) e a expectativa de novas pesquisas eleitorais, ainda hoje - pressiona e traz volatilidade ao mercado. A avaliação é do diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira.

"Acho que houve um empate técnico no debate de ontem, pela falta de discussão de propostas e políticas. Não há espaço para debate sério, e a tensão aumenta mais com a expectativa pelas novas pesquisas", disse.
Silveira avalia que a volatilidade no mercado é ainda retrato do equilíbrio no segundo turno e da perda da supremacia que Dilma Rousseff tinha sobre qualquer adversário nas pesquisas eleitorais até pouco tempo atrás.
"Os efeitos da pouca felicidade na política econômica dela mostram que ela não tem mais a supremacia que tinha dois meses atrás", disse. "Isso multiplicou a percepção do eleitorado em relação a ela e amplia a incerteza do mercado, que tem clara preferência por Aécio", comentou.
Fonte: Estadão

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

"Plano de Voo": Na reta final, mais do mesmo

29/09 - Liliana Lavoratti


Candidatos tentam as últimas cartadas para melhorar a performance nas eleições, que acontecem no próximo final de semana

Na reta final, mais do mesmo
Na semana derradeira da corrida presidencial, e antes de 141,824 milhões de eleitores irem às urnas dia 5, a presidente Dilma (PT) e a ex-senadora Marina Silva (PSB) ainda tentarão as últimas cartadas para melhorar a performance - certamente enfatizando a linha de ataques mútuos que predominou durante a campanha -, enquanto o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Aécio Neves (PSDB), segue a mesma cartilha. Embora a redemocratização já tenha atingido a fase adulta - 30 anos - e o País tenha sido abalado pelas jornadas de protestos há pouco mais de um ano, a famigerada mudança parece ter ficado para o futuro. 
Já em 2015
O País já está voltado a 2015, pois parece que 2014 já era. A única interrogação mais importante é quanto ao resultado das urnas no próximo domingo. O eleitorado vai confirmar a preferência pela reeleição da presidente Dilma? Fora isso, os cálculos todos estão direcionados para janeiro do próximo ano em diante. E, infelizmente, os cenários traçados - mesmo bastante destoantes entre si -, não são muito favoráveis.  Já é voz corrente que 2015 será de crescimento anêmico, com a população digerindo as medidas amargas que o governo terá de adotar para retomar o rumo.
Mundo vai ajudar?
Na sexta-feira, quando será divulgado o  PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos, pode ficar mais claro se a crise de 2008-2009 está mesmo ficando para trás. Segundo o diretor de Pesquisas da GO Associados, Fabio Silveira, "após cinco anos de injeções generosas de liquidez e acúmulo de gigantescos déficits públicos, a economia dos EUA emite sinais mais nítidos de que está no rumo certo". O horizonte pode levar de 6 a 12 meses.  Nesse caso, mesmo a China crescendo a 6% ao ano, os preços das commodities poderiam ser menos prejudicados - beneficiando o Brasil.
Por aqui
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reúne hoje com empresários de vários setores na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. A pauta formal prevê debate sobre o atual cenário econômico e as perspectivas para as exportações brasileiras. Entre os participantes do encontro, o presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.  Praticamente demitido pela presidente Dilma caso ela seja reeleita neste domingo, Mantega não deverá ser poupado pelos empresários.
Plano B
A insegurança relativa à cotação do dólar, que na última semana voltou a subir mesmo com intervenção do Banco Central, levou Amador Alonso Rodriguez, presidente da Anefac (entidade dos executivos de finanças) a afirmar na última quinta-feira, durante entrega do Troféu Transparência, que a associação ainda não escolheu o local do próximo congresso nacional da categoria, em maio, no exterior, pela dificuldade de prever custos. "A ideia é fazer o congresso fora, mas trabalhamos com um plano B, caso o dólar suba muito", disse ante as cerca de 500 pessoas  presentes.