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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

22 de outubro de 2013

infraestrutura aeroportuária em pauta no sala debate desta semana

Jogos Pan-Americanos, Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude e Olimpíadas. Esses são alguns dos eventos internacionais realizados apenas no Rio de Janeiro entre 2007 e 2016. Completam o calendário a Copa do Mundo e festivais de música, além de grandes festas regionais que movimentam milhares de pessoas.
Em comum, todos esses eventos dependem fortemente da infraestrutura aeroportuária brasileira, que representa um dos maiores e mais urgentes desafios para o país. É sobre este desafio o Sala Debate desta noite, às 21h.

A ampliação e a modernização dos aeroportos brasileiros são um desafio urgente. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos dez anos o aumento da demanda no transporte aéreo cresceu mais do que a própria população brasileira. E para atender à esta procura e oferecer infraestrutura para a realização dos megaeventos esportivos, três dos principais aeroportos do país foram privatizados.
Quais são as políticas para melhorar a qualidade dos serviços, tanto nas estações administradas pela Infraero quanto naquelas concedidas à iniciativa privada? Quais as reclamações mais frequentes dos usuários e qual o papel das autoridades aeroportuárias nesse processo? E como devem ficar os preços das passagens aéreas durante os grandes eventos?
Para responder a estas e outras questões, o programa recebe no estúdio Guilherme Ramalho, da Secretaria Nacional de Aviação Civil; o engenheiro Erivelton Guedes,  presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo; e Tarcisio Gargioni, vice-presidente da Avianca. Pela internet participam também Fernando Marcato, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, e Flávio Dino, presidente da EMBRATUR.
O Sala Debate vai ao ar todas as terças-feiras, a partir das 21h, no Canal Futura. Participe do programa enviando perguntas pelas redes sociais, via Twitter ou Facebook.
QUANDO VER:
Sala Debate

Terças, ao vivo, às 21h
Reprise: Domingo, às 21h

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

publicado em 22/10/2013 às 23h38:

Professor da FGV aponta acertos e erros no leilão do pré-sal

Gesner de Oliveira apontou fatores positivos e negativos, que abrangem o leilão do Campo de Libra, realizado na última segunda-feira (21). Segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas, a privatização dará bons frutos ao País, mas poderia ser conduzida de uma maneira melhor.


Modelo e regras incomodaram mercado

Para especialistas, a falta de concorrentes ocorreu pela falta de transparência e pela a exigência de a Petrobrás ser a única operadora

22 de outubro de 2013 | 3h 07

Vinicius Neder, Maria Durão (Rio) e Laís Alegretti (Brasília) - O Estado de S.Paulo

Um consórcio com capacidade tecnológica e financeira, mas escolhido num processo marcado pela falta de concorrência. Assim economistas e especialistas no setor de petróleo e gás definiram o resultado do leilão do prospecto de Libra, primeiro de uma área no pré-sal, sob o sistema de partilha da produção.
As críticas contra a baixa concorrência voltaram-se justamente para o novo modelo escolhido - e também para as regras do leilão. Para o professor Edmar Almeida, do Grupo de Economia de Energia do Instituto de Economia da UFRJ, o consórcio vencedor (formado por Petrobrás, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e anglo-holandesa Shell) é "muito qualificado", mas o modelo de licitação é pouco transparente, pois as negociações prévias para a formação dos grupos concorrentes é mais decisiva do que o certame público.
"Politicamente, não é aceitável um leilão sem disputa. A essência de um leilão é ter concorrência. O jogo é definido fora do leilão", afirma Almeida.
O problema não estaria no sistema de partilha, mas sim no formato adotado no País. A exigência de a Petrobrás ser a única operadora nos blocos oferecidos no pré-sal e, ao mesmo tempo, poder formar consórcios para fazer propostas no leilão é uma "jabuticaba", segundo Almeida.
Isso inibe a formação de outros consórcios sem a Petrobrás, pois a estatal brasileira necessariamente se tornará sócia da operação. Poderia haver um impasse, caso um consórcio concorrente ganhasse oferecendo condições que a estatal considerasse inviável economicamente.
Para Almeida, bastaria alterar as regras do leilão: definida como operadora, a Petrobrás poderia ficar de fora dos consórcios habilitados a fazer ofertas - dessa forma, a lei não precisaria ser mudada. Outra mudança sugerida, mais difundida no mercado, seria a retirada da exigência legal de a Petrobrás ser a operadora única, mas aí a lei precisaria ser alterada.
Modelo. O economista e sócio-diretor da GO Associados, Gesner Oliveira, é mais incisivo na crítica ao modelo de partilha. "A mudança de modelo e o excesso de obrigações sobre a Petrobrás geraram dúvidas nos investidores. Talvez por isso não tenha gerado tanto apetite e tanta concorrência", afirma, ponderando que o investidor "não necessariamente" quer a estatal de sócia.
Sócio da consultoria Gas Energy, Marco Tavares também considera o modelo desfavorável à competição, mas coloca ênfase na exigência de a Petrobrás ser a única operadora. "Não faz sentido ter operador único no modelo de partilha. Para a Petrobrás e o Brasil, isso limita também a possibilidade de incorporar mais tecnologia. Há necessidade de rever conceitos", critica.
Ainda assim, a participação de multinacionais de peso, como a Shell e a Total, tirou um pouco a má impressão da falta de interesse no leilão por parte da Exxon Mobil (multinacional americana e maior companhia do setor), da Chevron e das britânicas BG e BP.
Segundo Tavares, a participação de Shell e Total se explica pela oportunidade de elevar em pouco tempo suas reservas. Já o professor Almeida e o ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) David Zylbersztajn chamam atenção também para a questão tecnológica. "As empresas vão aprender com a Petrobrás e vão ensinar para a Petrobrás", diz Almeida.

Portos são a parte mais atrasada da infraestrutura do Brasil

Acessibilidade, mão de obra e problemas na regulação são os principais desafios enfrentados pelo setor portuário

Agência Estado – 21/10/2013
União avalia PPP como alternativa na infraestrutura
Segundo consultor, parcerias público-privadas permi­tiriam elevar os investimentos no setor, que hoje somam 2% do PIB
O Programa de Investi­men­tos em Infra­estrutura (PIL), lan­çado pelo governo federal no ano passado, até agora não saiu do papel e, diante da dificuldade em atrair os investidores pelo modelo de concessão tradicional, autoridades analisam a possibilidade de ofertar alguns dos projetos menos atrativos e mais arriscados por meio de parcerias público privadas (PPPs), como para quatro das oito rodovias incluídas no programa.
O consultor Gesner Olivei­ra, ex-presidente do Con­selho Administrativo de Defesa Eco­nômica (Cade), lembra que as PPPs ainda não deslancharam no Brasil, mas poderiam permitir um aumento do montante de investimentos direcionados à infraestrutura nacional, que hoje somam apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, porcentual mais baixo que o aplicado em outros países emergentes como China e Índia, onde são investidos no setor cerca de 7% do PIB local. Além disso, diz, as concessões de infraestrutura por PPPs poderiam favorecer o desenvolvimento de modelos de parcerias entre Estado e capital privado no país.
Levantamento realizado pela consultoria de Oliveira, a GO Associados, mostra que existem hoje no Brasil apenas 30 PPPs contratadas, das quais 21 estão efetivamente em execução, sendo 20 parcerias estaduais e uma federal. No total, elas somam cerca de R$ 20 bilhões. “Nosso levantamento indica que há um grande número de projetos de PPP, mas esse número não está propriamente em execução”, disse.
Lá fora
O quadro é bem aquém do observado em outros países. Na Índia, estatísticas oficiais apontam para 831 projetos em execução, nas áreas de saneamento, energia, rodovia, educação, portos e ferrovias. No Reino Unido, pioneiro nas PPPs, são mais de 700 projetos realizados. Segundo dados do Infraestructure Database, do Banco Mundial, os investimentos globais por meio de PPPs já ultrapassam US$ 180 bilhões. Desse total, quase US$ 60 bilhões foram realizados em países da América Latina, mas apenas cerca de US$ 10 bilhões no Brasil.
Folha de S. Paulo - 19/10/2013
 
 
 
Agência Estado – 17/10/2013
 
BNDES PRECISA FOCAR MERCADO DE CAPITAIS COMO ALTERNATIVA DE FINANCIAMENTO, DIZ LUIZ CHRYSOSTOMO
 
São Paulo, 17/10/2013 - O diretor do Instituto de Estudos e Políticas Econômicas da Casa das Garças e presidente do Conselho de Ética da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Luiz Chrysostomo, defendeu que o foco do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seja o mercado de capitais, como forma de desenvolver debêntures como instrumento de financiamento de projetos de infraestrutura. Na sua opinião, um dos papéis do banco estatal seria ampliar o mercado secundário de debêntures por meio de compra dos papéis.
 
Chrysostomo explicou que o crescimento das debêntures como alternativa de financiamento de grandes obras depende de liquidez desse mercado. É aí que, de acordo com Chrysostomo, entra o BNDES, como um agente comprador de debêntures. "O BNDES deve ter um papel mais ativo no mercado de capitais brasileiro", disse, após participar de seminário, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
A participação das debêntures e da renda fixa em projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) é a alternativa necessária para diminuir a dependência que o País tem no BNDES para projetos de infraestrutura, segundo Chrysostomo.
 
Apesar da lentidão ser maior que a esperada, Chrysostomo disse que há ações sendo tomadas para o desenvolvimento do mercado de debêntures. Ele citou discussões sobre benefícios fiscais para instituições financeiras negociarem os papéis e definição de regras claras para este mercado. "O governo entendeu que é preciso desenvolver o mercado secundário para estimular o primário", completou.
 
(Wladimir D'Andrade - wladimir.dandrade@estadao.com)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Balança volta a ter déficit no acumulado do ano

Por Lucas Marchesini e Marta Watanabe | De Brasília e São Paulo
A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,6 bilhão na terceira semana de outubro, resultado de US$ 4 bilhões em exportações e US$ 5,6 bilhões em importações. O resultado da terceira semana diminuiu o saldo positivo no mês para US$ 1 bilhão. Já o resultado líquido no ano voltou a ser deficitário, em US$ 605 milhões. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento.
Na média diária, a exportação até a terceira semana de outubro é 7,9% superior à de outubro do ano passado. Na outra ponta, as importações cresceram 8,9%, na mesma comparação.
A alta da exportação é explicada pelo crescimento nas vendas dos produtos básicos e manufaturados. Rafael Bistafa, economista da Rosenberg & Associados, lembra, porém, que a expansão das exportações no período aconteceu por conta do embarque de uma plataforma de petróleo de US$ 1,9 bilhão na primeira semana do mês. Sem essa plataforma, a exportação, na mesma comparação de média diária, caiu 5,9%.
Na primeira e segunda semanas de outubro, as exportações foram suficientes para gerar saldo positivo suficiente para compensar o déficit do acumulado até setembro. Com o déficit da terceira semana, porém, a balança no acumulado do ano voltou ao saldo negativo.
Para Bistafa, o desempenho de outubro não surpreende. "Trata-se de um mês sazonalmente fraco para as exportações, enquanto as importações ainda costumam manter ritmo mais forte." Ele destaca a evolução negativa das vendas de semimanufaturados, que na média diária caíram 24,6% nas três primeiras semanas de outubro, em relação à média diária de outubro do ano passado. Mesmo assim, diz o economista, a evolução da balança do mês condiz com a estimativa da consultoria, que prevê saldo próximo a zero no ano.
Fabio Silveira, da GO Associados, prevê saldo um pouco melhor, com superávit de US$ 2 bilhões no ano, e faz análise semelhante. Para ele, o desempenho de outubro ficou dentro do que se esperava. Silveira destaca que em outubro as exportações já mostram de forma mais clara o fim do período de altos embarques de produtos importantes, como os da soja.
A quantidade de soja em grão exportada na média diária das três primeiras semanas de outubro recuou 57,3% em relação ao volume médio diário embarcado em setembro. O volume, porém, é 71,2% maior que a média diária vendida ao exterior em outubro de 2012. O preço, porém, caiu 13,6% no período, limitando a alta no valor exportado do grão a 47,9%.
Os preços menores, diz Silveira, também afetaram o desempenho de outros produtos importantes na pauta brasileira de exportação, como o café e o açúcar, seja em bruto ou refinado.
O que deve ajudar a gerar superávit em novembro e dezembro, apesar do fraco desempenho das exportações, diz Silveira, é a desaceleração das importações. Com pequenos superávits comerciais nesses dois meses, calcula, a balança brasileira ficará com saldo positivo em torno dos US$ 2 bilhões. Para 2014, a expectativa de Silveira é de déficit de US$ 3 bilhões. O saldo negativo resultará principalmente, diz ele, da queda de preços de commodities.


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http://www.valor.com.br/brasil/3311856/balanca-volta-ter-deficit-no-acumulado-do-ano#ixzz2iSJvo04d

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Em 20 anos, país pode ser o quarto maior exportador do mundo

Por Vanessa Jurgenfeld e Rodrigo Pedroso | De São Paulo

Com uma produção estimada em 5,7 milhões de barris/dia de petróleo e uma previsão de exportação líquida de quase metade desse volume em 2035, o Brasil pode se tornar um dos maiores exportadores do mundo deste produto, atrás somente de Arábia Saudita, Rússia e Irã e transformar o atual déficit de sua balança comercial de óleo bruto e derivados para superávit. Neste novo ciclo, em que pesam as descobertas do pré-sal e o megacampo de Libra - com capacidade para até 1,4 milhão de barris por dia no auge da produção daqui a 10 anos -, aumenta o risco de o país vivenciar a "doença holandesa" ou a "maldição dos recursos naturais", acreditam economistas.
"Se o Brasil virar exportador de petróleo, isso não produz só uma doença holandesa, mas uma desagregação completa da soberania nacional brasileira", afirma o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa. Para ele, a questão do petróleo perpassa o tema da construção de um projeto futuro para o Brasil. "Se o projeto do Brasil for, além de vender soja, algodão, minério de ferro, vender petróleo também, estamos optando definitivamente por ser uma economia 'supridora-primário-exportadora'".
Na sua opinião, ser exportador de óleo bruto é um erro e pode garantir "um futuro maldito ao país". " À exceção da Noruega, o resto dos países exportadores de petróleo são hiperproblemáticos", diz. "Viraremos uma Arábia Saudita ou um Iraque do Atlântico Sul? Ou nós vamos com o petróleo aumentar a disponibilidade de energia para cada brasileiro e com isso desenvolver as forças produtivas do país?", questionou.
A "doença holandesa" seria a repetição de um fenômeno ocorrido no século passado na Holanda, quando houve descobertas de gás naquele país. Pode ocorrer quando há ingresso maciço de dólares, proveniente da exploração e exportação de um recurso natural, como é o caso do petróleo extraído do pré-sal. Isso levaria a uma sobrevalorização da moeda nacional, o que poderia prejudicar setores industriais que necessitam de câmbio desvalorizado para crescer. Como consequência, o país pode entrar num processo de desindustrialização, com perda de importância relativa da indústria de transformação na economia como um todo, agora mais dependente do recurso natural.
O pré-sal, segundo os economistas, pode levar a uma maior concentração da pauta de exportação do país em commodities, bem como, caso seja fartamente exportado, induzir a transferência para o exterior de diversos benefícios que os novos campos poderiam trazer para os demais setores industriais do país.
Na avaliação do professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-Rio), Fernando de Holanda Barbosa Filho, numa economia tão diversificada como a brasileira, a tendência de ocorrer a "doença holandesa" é menor, mas pode acontecer. "Não tem remédio. Se você pegar todo o dinheiro do pré-sal, internalizar e virar gasto do governo - por mais bem intencionado que seja, em saúde e educação -, isso vai gerar uma apreciação do câmbio e uma maior demanda por recursos, a sociedade não será capaz de produzir tudo e vai importar bens e serviços", afirma.
Edson Domingues, professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais, ao contrário de Lessa, diz que não vê problemas em o país exportar principalmente produtos primários. Porém, destaca que seria importante o governo ter foco nos efeitos encadeadores internos para a economia nacional que o petróleo do pré-sal pode gerar. "Seria ilógico não explorar recursos naturais onde o país tem vantagens comparativas", diz. "Mas você poderia garantir que os benefícios dessa exportação e dessa produção fossem mais direcionados para outros setores, outras regiões e criassem mais 'valor'".
Nos cálculos de David Zylbersztajn, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a exploração do campo de Libra em 15 anos injetará até R$ 1 trilhão na economia brasileira entre venda do petróleo e investimentos necessários. Caso o volume de exportações seja confirmado, ele espera uma enxurrada de dólares no país. "Com isso, fica mais difícil conter uma apreciação cambial, que vai desestimular a atividade de outras indústrias que não a petroquímica", acredita.
Apesar de dizer que "o Brasil está um pouco vacinado contra oscilações cambiais indesejáveis", Zylbersztajn acredita que haverá "impacto significativo" no câmbio.
Em recente estudo, Luciano Losekann e Thiago Periard, da Universidade Federal Fluminense (UFF), concluíram que o pré-sal de forma isolada não deve levar a uma pressão tão significativa sobre o câmbio, não tornando o país "um petro-estado". No entanto, Losekann alerta que além do pré-sal há outras questões na economia brasileira que contribuem para uma pressão sobre o câmbio, como o desempenho exportador de outras commodities brasileiras, especialmente a soja. E aí sim, com o conjunto, "se poderia pensar em doença holandesa".
Uma política de Estado, de usar parte das divisas garantidas com a exploração do petróleo como subsídio a outras atividades da indústria, é visto como um antídoto para os riscos da doença holandesa. A entrada de dólares do petróleo deve ser acompanhada da manutenção do "peso relativo" da indústria nas compras e vendas externas, na opinião de Fábio Silveira, diretor de pesquisa econômica da GO Associados. "O risco de acomodação em face desse potencial de aumento de receita de petróleo é grande. O superávit na balança comercial e a entrada de dólares podem acomodar tanto o governo como a iniciativa privada, que vai garantir seus mercados", diz.
Segundo Silveira, o país tem exportado cerca de US$ 20 bilhões de petróleo por ano. Apesar desse resultado, a importação de derivados associada à compra de óleo bruto - boa parte do petróleo ainda extraído no país não é compatível com as refinarias em operação - tem levado a balança comercial do país ao déficit. Com o incremento a partir do pré-sal, as vendas do óleo devem subir, em cinco anos, para cerca de US$ 40 bilhões. Nas suas contas, as quatro refinarias em construção devem reduzir o déficit com a importação de derivados. "Somando a alta das vendas de petróleo e a diminuição da importação de petróleo e derivados, o déficit deve virar superávit de US$ 15 bilhões ao ano no setor".

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Diferença no preço da gasolina com o exterior recua e fica próximo a 9%

Por Rodrigo Pedroso | De São Paulo
A diferença entre os preços internacionais e domésticos da gasolina recuou bastante no mês de outubro, com impacto sobre as contas externas da Petrobras. Segundo analistas ouvidos pelo Valor PRO, o serviço de informação em tempo real do Valor, em relação à média de agosto - mês com a maior diferença em 12 meses entre os preços internacionais e domésticos do combustível nas refinarias - a defasagem caiu até 21 pontos percentuais até a segunda semana de outubro, e está próxima a 9%.
A queda tira pressão sobre a necessidade de reajustar os preços para ajudar o caixa da estatal, mas ao mesmo tempo ela acontece após a inflação do país perder força no terceiro trimestre, abrindo espaço para o governo aceitar o pedido da estatal de reajustar o preço nas refinarias. "Uma oscilação da gasolina em 5%, mais cara ou mais barata do que o praticado no exterior, é normal, ninguém pode trabalhar em cima do ponto. Por isso que um aumento na refinaria de 6%, como parece ser o que vai acontecer, daria fôlego pelo menos até o ano que vem", diz Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
A menor discrepância observada em outubro se deve à diminuição da demanda por combustíveis no hemisfério norte, que atingiu o pico em agosto, e ao recuo do câmbio, que chegou a ficar em R$ 2,45 na metade daquele mês e fechou o pregão desta quarta-feira cotado a R$ 2,17. A tendência para os próximos meses é de permanência da estabilidade do preço do barril de petróleo no mercado internacional e de manutenção no preço das refinarias estrangeiras do Golfo do México. A diferença será arbitrada, segundo os mesmos analistas, pela flutuação do câmbio.
Segundo cálculos da Rosenberg & Associados, na média de agosto, o preço internacional da gasolina estava 33% maior do que o R$ 1,30 cobrado no país nas refinarias da Petrobras. Em setembro, houve recuo da distância para 17,5%. Já no último dia calculado, 7 de outubro, a defasagem estava em 9,2%. Nesse meio tempo, o litro do combustível no exterior baixou de US$ 0,75 para US$ 0,67, enquanto o câmbio médio passou de R$ 2,34 para R$ 2,21.
"O aumento de demanda da gasolina no hemisfério norte no início do segundo semestre é sazonal, em função das férias de verão, quando se viaja mais. Mas o recuo não foi tão grande e o principal responsável foi mesmo o câmbio", afirma o economista Fernando Parmagnani, da Rosenberg.
No levantamento da GO Associados, a defasagem no mês passado ficou em 17% na média. Em agosto, contudo, ela era de 27%, também tendo como base de comparação o preço das refinarias do Golfo do México. A diferença em agosto foi a maior na série de doze meses monitorada pela GO. Patamar parecido havia sido registrado em setembro do ano passado, quando ficou em 26%.
Nas contas do óleo diesel, produto mais importante do que a gasolina para a estatal brasileira, também houve recuo na diferença entre os preços na mesma comparação. Na média de setembro, o óleo produzido no país ficou 12% mais barato do que o cobrado no exterior. Em agosto, a diferença era de quatro pontos percentuais.
De acordo com Fabio Silveira, economista da GO, a tendência para os próximos meses é de permanência de um patamar de defasagem ao redor de 10%. "De setembro a janeiro, o preço da gasolina fica mais barato no exterior, pois acabam as férias de verão e chega se aproxima o inverno, que aumento o consumo do diesel e tira a pressão sobre a gasolina", afirma.
Com a estabilidade prevista para o recuo da gasolina no exterior e a manutenção do preço do barril do petróleo em US$ 110, ele também vê no câmbio a variável que vai puxar a oscilação da defasagem. Adriano Pires, do CBIE, fez o cálculo da venda na refinaria da gasolina doméstica e internacional, que chegou a ficar 30% defasada em agosto. Ele diz que nunca vai haver uma conta zero entre as diferenças de preço, por isso, um reajuste do combustível no mercado interno já deixaria a Petrobras mais confortável.
Em janeiro, a gasolina deve voltar a aumentar no mercado internacional, em análise compartilhada por Parmagnani, da Rosenberg. "O grande 'xis' volta a ser o câmbio", afirma.

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http://www.valor.com.br/brasil/3307434/diferenca-no-preco-da-gasolina-com-o-exterior-recua-e-fica-proximo-9#ixzz2hz5IJCPD

quarta-feira, 16 de outubro de 2013



O público e o privado na infraestrutura que não 


vem

Por Cyro Andrade | De São Paulo
Ana Paula Paiva/Valor / Ana Paula Paiva/Valor
Oliveira: é excessiva a participação pública no financiamento da infraestrutura
Muitas das principais questões da economia brasileira podem ser colocadas no contexto das relações entre Estado e iniciativa privada e dos diferentes graus em que essa convivência veio se dando ao longo do tempo. Mais recentemente, o interesse pelo assunto passou a se concentrar em questões de regulação de mercados. Ainda mais perto, saltou-se para a temática dos investimentos em infraestrutura. A coletânea de artigos reunidos em “Parcerias Público-Privadas – Experiências, Desafios e Propostas” vem para ser uma referência no debate que agora toma impulso sobre a distribuição de responsabilidades entre Estado e iniciativa privada nesse campo crucial da economia política. Encontra-se ali conteúdo denso e tematicamente variado para estimular reflexões sobre o que poderia ser uma equação de equilíbrio entre os pesos de uma parte e de outra, aplicável a políticas de investimento que se pretendam eficazes.
Leilões de concessões recentemente realizados ofereceram ocasião para expressão de conflitos de posições entre o governo federal e a iniciativa privada, em vez de servir à acomodação de interesses e ao pronto andamento de licitações e realização de projetos. Em que medida esse descompasso refletiria incompetência técnica de burocratas e/ou sua desinformação a respeito de como se constroem expectativas de risco e lucratividade na iniciativa privada? E em que medida influiria algum tipo de viés político ou ideológico, tanto nas posições de burocratas como no conteúdo das críticas que lhes são feitas fora do governo?
O economista Gesner Oliveira, um dos organizadores do livro, disse, em entrevista ao Valor, que um levantamento, feito em todo o país, mostrou que “há um número razoável de projetos [de parcerias público-privadas], mas poucos em execução”, “porque demora muito para uma PPP ser aprovada”. Tem-se aí um contraste: “O Brasil precisa do tempo econômico na elaboração e aprovação das PPPs, mas ainda prevalece o tempo burocrático”. (Oliveira é autor do artigo “Como destravar as parcerias público-privadas”, que assina com Fernando S. Marcato e Pedro Scazufca).
Seria preciso, então, superar o atraso decorrente de um descompasso entre o setor privado e o governo no que se refere à adoção das parcerias como forma de agilização de investimentos. “O governo sempre manifestou a intenção de aumentar o investimento em infraestrutura, mas demorou a dar sinais inequívocos de que queria de fato trazer o setor privado para um esforço conjunto”, diz Oliveira. “ Teria havido um progresso: “É positivo que [o governo] tenha alterado sua posição inicial de resistência às parcerias e concessões, mas falta assegurar a estabilidade das regras, de forma a reduzir o risco regulatório e, consequentemente, o custo de capital, permitindo o aumento do investimento privado. Para que isso seja possível, é necessário um novo padrão de diálogo entre governo e iniciativa privada, baseado na transparência, no entendimento mútuo das restrições de cada lado e na construção de soluções comuns para os problemas da infraestrutura.” Os artigos tratam, sob diferentes enfoques, de formas para destravar as PPPs, em boa parte sob o aspecto de mudanças normativas. “O recado mais importante, porém, é que o país precisa de uma mudança cultural no diálogo entre Estado e setor privado”, observa Oliveira.
A questão fiscal, espécie de pendência permanente com carga específica de incertezas, ajuda a emperrar o andamento da expansão “cultural” de uma renovada divisão de responsabilidades entre Estado e iniciativa privada. “As restrições fiscais são relevantes na medida em que condicionam o conjunto das políticas públicas”, diz Oliveira. “O investimento do governo tem sido muito baixo e a restrição fiscal constitui uma das razões para isso. Essa mesma restrição torna evidente a necessidade de mobilizar o capital privado mediante parcerias.”
A questão fiscal, espécie de pendência permanente com carga específica de incertezas, ajuda a emperrar o andamento da expansão “cultural” de uma renovada divisão de responsabilidades entre Estado e iniciativa privada. “As restrições fiscais são relevantes na medida em que condicionam o conjunto das políticas públicas”, diz Oliveira. “O investimento do governo tem sido muito baixo e a restrição fiscal constitui uma das razões para isso. Essa mesma restrição torna evidente a necessidade de mobilizar o capital privado mediante parcerias.”
Entram aqui, no mesmo circuito de razões para incerteza, questões de circunstância e de firmeza institucional. O governo fala em reformulação do papel do BNDES, por exemplo, que passaria (ou voltaria) a financiar apenas projetos de infraestrutura, deixando, assim, de apoiar projetos de internacionalização de empresas privadas, como fez até agora. Também haveria redução de aportes do Tesouro e a venda de ativos (também para reduzir a necessidade dessas alocações de recursos). Em boa parte, se não totalmente, essas iniciativas têm a ver com pressões de agências de classificação de risco, que ameaçam rebaixar a nota do país por força do crescimento acentuado da dívida pública. A pergunta é natural: trata-se de decisões ditadas apenas por pressões de momento, e externas, ou refletiriam uma revisão de atitude estratégica, para dar uma nova e relevante caracterização à presença do Estado em investimentos de infraestrutura?
Há um limite claro à expansão dos empréstimos subsidiados do BNDES, como se lê no artigo de Armando Castelar (“Momento de definição na infraestrutura brasileira”), análise que se articula com a de Luiz Chrysóstomo (“Financiamento de longo prazo e mercado de capitais em investimentos de infraestrutura”), que discute a importância de se desenvolverem novos mecanismos de financiamento de longo prazo, para complementar os recursos vindos dos canais oficiais, como BNDES e Caixa Econômica. São considerações que se casam com as encontradas no artigo “Um novo paradigma para o investimento público: parcerias, formas de gestão e ampliação das fontes de financiamento”, de José Roberto R. Afonso e Geraldo Biasoto Jr.
“A participação pública no financiamento da infraestrutura é importante, mas a proporção em que ocorre no Brasil é exagerada”, diz Oliveira. “Seria importante aumentar a participação privada através de novos mecanismos de financiamento privado. Há um grande potencial de crescimento para fundos de investimento em infraestrutura. Há um interesse crescente de fundos de “private equity” e há novos instrumentos de captação, como as debêntures de infraestrutura.”
Parece, assim, que o setor privado se adiantou, preparando-se para possibilidades de investimento, mesmo enquanto, nos últimos anos, o governo preferia acreditar que o crescimento econômico poderia ser conduzido basicamente por estímulos ao consumo. Esgotada essa alternativa, de fôlego previsivelmente curto, elege-se o investimento em infraestrutura como prioridade entre as prioridades. A mudança de foco viria agora com grau suficiente de credibilidade?
É uma questão de governança “esperada”, habitante das expectativas com que investidores traçam estratégias e tomam decisões. Não é, de novo, um campo de certezas estabelecidas. Oliveira concorda: “O ciclo de consumo foi intenso, mas seus limites são claros. A expansão do crédito na economia, a bancarização e a incorporação de um novo contingente de consumidores ao mercado teve forte efeito nos últimos anos, mas a taxa de expansão teria inevitavelmente que diminuir, uma vez que novos níveis de equilíbrio de crédito e endividamento são atingidos.”
Os horizontes a explorar agora são outros: “O crescimento sustentado da economia depende de uma expansão do investimento em algo em torno de 5-6 pontos percentuais do PIB. Isso não ocorre de forma espontânea. A decisão de investir depende fortemente das expectativas dos empresários acerca do futuro, que ainda parece muito incerto. O governo não deveria poupar esforços para reduzir riscos e custos sobre o investimento, como a carga tributária, de forma a induzir maior investimento em infraestrutura.”
A parceria público-privada pode ser o instrumento que viabilize um encontro de expectativas, de parte a parte. Governos, naturalmente, também têm as suas. “A PPP permite a repartição de riscos entre os dois parceiros. Tal divisão deve ser feita de forma a atribuir a cada um o risco em relação ao qual tenha maior capacidade de gerir e mitigar. As matrizes de risco dos vários projetos discutidos no livro são ilustrativas a esse respeito”, diz Oliveira. “Além da melhor gestão de risco, as PPPs apresentam outras vantagens, como o foco na operação e na qualidade dos serviços para a população, que, afinal, deveria ser o grande objetivo da política pública e que foi o pleito, ainda que difuso, das manifestações de junho. Outras grandes vantagens estão associadas à redução do custo de transação e à possibilidade de mais uma modalidade de financiamento.”
“É crucial facilitar a elaboração de bons projetos. O setor público tem dificuldades em contratar com a lei 8666 (de licitações). As manifestações de interesse constituem uma boa alternativa, mas também são excessivamente burocratizadas. Uma alternativa é a formação de empresas estruturadoras de projetos.”
Que espécie de projetos, com quais requisitos de competência e eficiência, tanto públicas como privadas? Será instrutivo ler o artigo de Claudio R. Frischtak, também no livro: “PPs: a experiência internacional em infraestrutura”. Não há concepções prontas e acabadas, para uso geral. Diz Frischtak: “A lição essencial que se pode inferir do debate recente sobre PPPs diz respeito à necessidade de o setor público deter determinadas competências críticas no interior de arranjos institucionais funcionais, com capacidade de coordenação e gestão dos programas de PPPs. A falta de experiência em alguns países gerou prejuízos consideráveis, que poderiam ter sido evitados se os projetos fossem filtrados com mais rigor ao avaliar o impacto econômico e fiscal, e se instâncias setoriais tivessem recebido maior suporte técnico para a estruturação de PPPs, sua contratação em bases equilibradas na alocação de riscos e posterior fiscalização.”
Resta ver com que nível de aproveitamento qualitativo a experiência brasileira poderá figurar, um dia, em análises históricas sobre o uso de PPPs para fundamentar o desenvolvimento.

"Parcerias Público-Privadas - Experiências, Desafios e Propostas"

Gesner Oliveira e Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho (org.). Editora: Gen/LTC. 409 págs., R$ 75,00
O lançamento de "Parcerias Público-Privadas" será realizado quinta-feira, em São Paulo, na livraria Cultura (av. Paulista, 2073), das 19 às 21 horas, com a presença dos organizadores.


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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dívida de famílias deve deixar Natal mais 'morno'

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO

Com juros mais elevados e renda menor, o endividamento das famílias deve aumentar até dezembro e contribuir para tornar mais "mornas" as vendas do Natal deste ano.
A avaliação é de empresas de informação financeira e representantes do varejo que já projetam crescimento de até três pontos percentuais sobre o endividamento de julho deste ano, apesar de o indicador estar menor do que em julho de 2012 (31,4%).
Foi de 30,4% a relação entre a dívida total dos domicílios (exceto dívidas imobiliárias) e a renda acumulada em 12 meses em julho deste ano, segundo dado mais recente do BC (Banco Central).
Para Fabio Silveira, diretor de pesquisa econômica da GO Associados, a subida de juros deve comprometer a capacidade de pagamento de consumidores e empresas.
"Os juros reais são o dobro [cerca de 3%] da média do segundo semestre de 2012. O custo de financiamento encareceu, o crédito está mais restrito e isso traz impacto nas dívidas", disse Silveira.
"A renda está em parte comprometida com pagamento de dívidas já feitas, sobra menos no orçamento para gastar", completou.
Segundo a ACSP (associação comercial), o comércio deve crescer de 2% a 3% neste ano -menos da metade do desempenho de 2012.
"Nas regiões Norte e Nordeste, em que grandes redes abrem lojas, a situação pode ser um pouco melhor. Nos grandes centros, deve haver ainda mais promoções para atrair o consumidor", disse Marcel Solimeo, da ACSP.
"Deve ser um Natal mais morno", afirmou Luiz Rabi, da Serasa Experian.

DESEMPREGO
Além de ter menos dinheiro no bolso, o consumidor reclama cada vez mais do desemprego como principal fator para a inadimplência, afirma o economista Flávio Calife, da Boa Vista Serviços (administradora do Serviço de Proteção ao Crédito).
Dados antecipados para a Folha de pesquisa de perfil do inadimplente mostram que o descontrole financeiro, que ganhava participação até o segundo trimestre, perdeu para o desemprego. A redução na renda também aparece na quinta posição entre os motivos citados no levantamento.
"A inflação também corrói a renda, além do impacto de cinco elevações consecutivas de juros. Por essa razão, muito mais consumidores vão usar o 13º salário para abater dívidas de cartão de crédito, cheque e carnês", afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac (associação dos executivos de finanças), ao antecipar dados de estudo sobre o salário extra.