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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Petróleo em queda pode ajudar balança comercial do país a fechar com superávit

O forte recuo na cotação internacional do barril de petróleo do tipo Brent neste mês - de 9,2% até a última sexta-feira - pode ajudar a balança comercial do país a ter um pequeno superávit neste ano. Na visão de analistas do setor, a redução esperada para o déficit da balança de petróleo e derivados, que neste ano até setembro estava em 21,9%, vai se intensificar, já que o Brasil importa mais combustíveis e outros subprodutos do petróleo do que vende o óleo cru.

Um efeito negativo, no entanto, deve ser observado no nível de exportações totais do Brasil. Neste ano, o petróleo, entre os três produtos mais vendidos ao exterior, é o único que foi expressivo nos embarques na comparação com o ano passado, o que ajudou a segurar o recuo nos preços do minério de ferro e da soja. De janeiro a setembro e na comparação com o mesmo período do ano passado, os embarques de óleo cru atingiram US$ 12,2 bilhões, valor 42,5% superior a 2013.

Analistas estimam que a maior parte dos contratos de venda de petróleo assinados pela Petrobras não passem pelo mercado "spot", mais sensível à variação de preços. Assim, o petróleo mais barato deverá aparecer nas estatística de comércio exterior entre um e dois meses. "Apesar de segurar um pouco o nível do crescimento das exportações de petróleo, a queda na cotação é favorável ao resultado da balança comercial. Algo do efeito desse movimento internacional ainda será observado na balança comercial até o fim do ano", afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Neste ano até setembro, a balança de petróleo e derivados registrou déficit de US$ 15,2 bilhões, valor 23% menor do que ano passado. "Sempre quando cai o preço do petróleo bruto, há uma forte correspondência com o preço dos derivados. A tendência deste ano saldo negativo menor deve se acentuar, o que vai ajudar no resultado final", diz Castro.

O sinal do saldo da balança comercial em 2014 dependerá mais do volume exportado de petróleo do que da oscilação de preços. Na média entre setembro e as duas primeiras semanas deste mês, foram exportadas 98 mil toneladas ao dia. No mesmo período do ano passado, as vendas diárias foram de 64 mil toneladas.

Até o final de dezembro, no entanto, a commodity terá que ser embarcada em maior volume para compensar as três plataformas exportadas pela Petrobras no último trimestre de 2013, que adicionaram US$ 4,9 bilhões às exportações totais. Até setembro, os embarques totais do Brasil registravam retração de 1,7%, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

"Como não teremos esse tipo de embarque até o fim do ano, nas minhas contas, a média diária de petróleo vendida teria que aumentar para 130 mil toneladas para compensar esse feito. Com o óleo um pouco mais barato e não havendo esse crescimento tão grande no volume embarcado, por causa das plataformas, as exportações totais podem fechar o ano com recuo de 5,5%", afirma o presidente da AEB.

A projeção da GO Associados para as contas de petróleo e derivados é de recuo de 27,8% no déficit em 2014, que deve cair para US$ 12,6 bilhões na conta que exclui gás natural, hulha e outros energéticos. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) trabalha com redução no saldo negativo de 27%, mas com o déficit não passando de US$ 9 bilhões.

O aumento de produção por parte da Petrobras e a desaceleração da economia, que esfriou a demanda tanto do óleo cru quanto dos combustíveis derivados, ajudaram a aliviar a conta comercial brasileira. Até setembro, a produção nacional de petróleo havia crescido 3,7%.

"O comportamento da balança do setor de petróleo e gás ficou em linha com o projetado no começo do ano, em função da concretização do aumento da oferta e necessidade menor da importação, afetada pela desaceleração da economia", afirma Fabio Silveira, diretor de pesquisa econômida da GO Associados.

Para Rodrigo Branco, economista do Centro de Estudos de Estratégias de Desenvolvimento (CEDES/UERJ), o recuo da cotação do barril de petróleo tem "efeito marginal" no valor que será obtido com as exportações da commodity até o fim do ano. "O volume será muito mais importante para definir se teremos déficit ou superávit", afirma.

Nas previsões do centro de estudos do qual Branco faz parte, o petróleo é o produto com maior papel na definição do resultado do ano, já que os contratos de venda de minério de ferro a ser embarcado estão assinados e a soja foi praticamente toda exportada.

Caso se mantenha no médio prazo a tendência de permanência do barril de petróleo em um patamar de US$ 85, o principal efeito negativo para as exportações será sentido nos números do ano que vem, já que, em volume, "a produção vai aumentar e com isso teremos mais exportação e a importação deve recuar."

Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Pedroso | De São Paulo

Antes tarde do que nunca

21/10/2014 - 05h00

Liliana Lavoratti

Alguns temas relevantes para o País demoraram a aparecer no debate da corrida presidencial deste ano. Um deles foi o sistema tributário das pequenas e microempresas, melhorado nos últimos, anos mas com aperfeiçoamentos pendentes. Com este assunto, a presidente Dilma e candidata à reeleição pelo PT abriu o debate anteontem à noite com seu concorrente, Aécio Neves (PSDB), na Rede Record. Embora os dois tenham dito o que era esperado - a presidente reiterou a promessa de novas melhorias no sistema de tributação dessas empresas, e o tucano reforçou essa necessidade -, o fato é que os candidatos finalmente incluíram o tema na agenda. Mudança de hábito
Produto robusto e masculino em outros países, as lavadoras de alta pressão conquistaram as mulheres brasileiras, já responsáveis por 50% das compras desse eletrodoméstico no Brasil. "De um ano pra cá identificamos essa mudança de hábito e, pensando nisto, criamos uma linha com lavadoras mais compactas, leves e com design exclusivo para o mercado nacional", diz Frank Corrêa, gerente de vendas da Kärcher, líder mundial em soluções de limpeza e criadora do conceito de lavadora de alta pressão. Nos últimos doze meses, as mulheres adquiriram 800 mil lavadoras.
Produção de automóveis
O cenário para a indústria automobilística brasileira permaneceu adverso após a divulgação da produção de setembro de 2014, quando foram produzidos 300,8 mil veículos (incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), ou seja, 6,7% abaixo do observado no mesmo mês de 2013. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas da GO Associados, economista Fabio Silveira, isto levou a produção do setor, nos nove primeiros meses de 2014, a acumular queda de 16,8% perante igual período anterior.
Rodeio premiado
Percorrer estados brasileiros promovendo treinamento de mão de obra de operadores de máquinas de construção e a divulgação das minicarregadeiras Skid CASE foi o objetivo do Rodeio Skid CASE, realizado em 2013. O projeto também rendeu à CASE Construction Equipment, marca da CNH Industrial, o primeiro lugar na categoria Comunicação e Organização de Eventos do 40º Prêmio Aberje - regional Minas Gerais / Centro-Oeste. O Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) é referência em concursos de comunicação do Brasil.
Água em debate
A GO Associados promoverá nesta quinta-feira (23), das 18:00 às 19:30, palestra com conference-call sobre "O desenvolvimento da Cidade de São Paulo e a Crise da Água". Dentre os convidados, Caio Ferraz Silva, diretor do filme "Entre Rios"; Anna Lívia Arida, diretora da ONG Minha Sampa; e Dante Ragazzi Pauli, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. O evento indica que este debate está se ampliando cada vez mais e para segmentos da sociedade brasileira além de governos e empresas.
Editora-fechamento

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Preço do petróleo desaba e zera defasagem da gasolina no Brasil



Por: Raquel Landim | De São Paulo
        Valdo Cruz | De Brasília

15/10/14 09:30

A queda forte do preço do petróleo zerou a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel praticados no Brasil e no exterior. A notícia é um alívio para a situação financeira da Petrobras e o governo já cogita não reajustar os combustíveis este ano.

"Não faz o menor sentido, num cenário como o atual, aumentar não só a gasolina como o diesel", disse um assessor do governo à reportagem. Ele pondera, no entanto, que a decisão final será tomada após as eleições pela presidente Dilma.

O barril de petróleo tipo Brent caiu 4,3% ontem para US$ 85,04 em Londres, o menor patamar em quatro anos. Desde o fim de 2013, a queda já chega a 23,5%, derrubando também as cotações dos produtos derivados.

A defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no golfo do México, que chegou a 20% em fevereiro, desapareceu. Cálculo do Itaú BBA aponta que a gasolina está hoje 5% mais cara que no exterior e o diesel 1%.

Esses porcentuais não levam em consideração o frete, que onera o combustível importado em cerca de 10%. Se incluído esse custo, a defasagem na gasolina ainda estaria próxima de 7%.

"No cenário atual, não há razão para reajuste dos combustíveis", disse Paula Kowarsky, analista do Itaú BBA. "Um reajuste seria malvisto, porque vai elevar a inflação à toa", disse Fábio Silveira,economista da GO Associados.

Segundo assessores da presidente Dilma, a queda do preço do petróleo é uma notícia positiva para o governo diante do risco de a inflação estourar o teto da meta.

A Petrobras vinha sofrendo muito com essa diferença de preços local e externo, porque o governo optou por segurar repasses para não pressionar a inflação.

Até agora, a estatal era obrigada a importar combustível caro e vender com prejuízo. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a Petrobras perdeu R$ 2,7 bilhões com essas operações desde novembro de 2013, quando ocorreu o último reajuste da gasolina.

Segundo analistas, a forte queda do preço do petróleo é consequência da maior produção do produto nos Estados Unidos e da menor expansão da demanda global desde 2009.

A Opep, que reúne os países produtores de petróleo, resiste em cortar a produção, apesar dos pedidos da Venezuela. A Arábia Saudita e outros países creem que a queda dos preços é passageira. Além disso, os investidores estão se antecipando ao aumento de juros nos EUA e saindo das commodities.

Fonte: Folha

GO Associados: indefinição política pressiona o mercado

Por: Gustavo Porto

Qua, 15/10/2014 às 12:45


A indefinição do cenário político - com o debate desta terça-feira, 14, entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) e a expectativa de novas pesquisas eleitorais, ainda hoje - pressiona e traz volatilidade ao mercado. A avaliação é do diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira.

"Acho que houve um empate técnico no debate de ontem, pela falta de discussão de propostas e políticas. Não há espaço para debate sério, e a tensão aumenta mais com a expectativa pelas novas pesquisas", disse.
Silveira avalia que a volatilidade no mercado é ainda retrato do equilíbrio no segundo turno e da perda da supremacia que Dilma Rousseff tinha sobre qualquer adversário nas pesquisas eleitorais até pouco tempo atrás.
"Os efeitos da pouca felicidade na política econômica dela mostram que ela não tem mais a supremacia que tinha dois meses atrás", disse. "Isso multiplicou a percepção do eleitorado em relação a ela e amplia a incerteza do mercado, que tem clara preferência por Aécio", comentou.
Fonte: Estadão

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

"Plano de Voo": Na reta final, mais do mesmo

29/09 - Liliana Lavoratti


Candidatos tentam as últimas cartadas para melhorar a performance nas eleições, que acontecem no próximo final de semana

Na reta final, mais do mesmo
Na semana derradeira da corrida presidencial, e antes de 141,824 milhões de eleitores irem às urnas dia 5, a presidente Dilma (PT) e a ex-senadora Marina Silva (PSB) ainda tentarão as últimas cartadas para melhorar a performance - certamente enfatizando a linha de ataques mútuos que predominou durante a campanha -, enquanto o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Aécio Neves (PSDB), segue a mesma cartilha. Embora a redemocratização já tenha atingido a fase adulta - 30 anos - e o País tenha sido abalado pelas jornadas de protestos há pouco mais de um ano, a famigerada mudança parece ter ficado para o futuro. 
Já em 2015
O País já está voltado a 2015, pois parece que 2014 já era. A única interrogação mais importante é quanto ao resultado das urnas no próximo domingo. O eleitorado vai confirmar a preferência pela reeleição da presidente Dilma? Fora isso, os cálculos todos estão direcionados para janeiro do próximo ano em diante. E, infelizmente, os cenários traçados - mesmo bastante destoantes entre si -, não são muito favoráveis.  Já é voz corrente que 2015 será de crescimento anêmico, com a população digerindo as medidas amargas que o governo terá de adotar para retomar o rumo.
Mundo vai ajudar?
Na sexta-feira, quando será divulgado o  PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos, pode ficar mais claro se a crise de 2008-2009 está mesmo ficando para trás. Segundo o diretor de Pesquisas da GO Associados, Fabio Silveira, "após cinco anos de injeções generosas de liquidez e acúmulo de gigantescos déficits públicos, a economia dos EUA emite sinais mais nítidos de que está no rumo certo". O horizonte pode levar de 6 a 12 meses.  Nesse caso, mesmo a China crescendo a 6% ao ano, os preços das commodities poderiam ser menos prejudicados - beneficiando o Brasil.
Por aqui
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reúne hoje com empresários de vários setores na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista. A pauta formal prevê debate sobre o atual cenário econômico e as perspectivas para as exportações brasileiras. Entre os participantes do encontro, o presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.  Praticamente demitido pela presidente Dilma caso ela seja reeleita neste domingo, Mantega não deverá ser poupado pelos empresários.
Plano B
A insegurança relativa à cotação do dólar, que na última semana voltou a subir mesmo com intervenção do Banco Central, levou Amador Alonso Rodriguez, presidente da Anefac (entidade dos executivos de finanças) a afirmar na última quinta-feira, durante entrega do Troféu Transparência, que a associação ainda não escolheu o local do próximo congresso nacional da categoria, em maio, no exterior, pela dificuldade de prever custos. "A ideia é fazer o congresso fora, mas trabalhamos com um plano B, caso o dólar suba muito", disse ante as cerca de 500 pessoas  presentes.

CENÁRIOS-Queda de preços das commodities desafiará saldo comercial brasileiro em 2015

REUTERS



Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Um ciclo de superoferta dos principais produtos exportados pelo Brasil, como soja e minério de ferro, provocará uma derrocada dos preços dessas commodities no ano que vem, afetando o saldo comercial do país com implicações para o próximo governo.
As exportações brasileiras de minério de ferro, soja e farelo de soja somam no ano, até o final de agosto, cerca de 44,5 bilhões de dólares, ou quase 30 por cento do total exportado pelo país no período. Mas esta situação deverá mudar profundamente em 2015, considerando a expectativa de queda dos preços médios dessas commodities no ano de 10 a quase 30 por cento em relação a 2014.
O efeito da superoferta --gerada pela safra recorde norte-americana de grãos e pela grande expansão da produção das três maiores mineradoras globais, incluindo a Vale-- deverá ser agravado pela saída de investidores de mercados futuros de matérias-primas em busca de maiores lucros em outros ativos, como os dos títulos públicos dos EUA.
"Vai ser ano de surpresas não boas, qualquer que seja o governo. E isso estamos falando sem crise (internacional), se houver uma crise, o cenário piora muito", disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Citando dados da associação da indústria de soja (Abiove) divulgados esta semana, de recuo de 6 bilhões de dólares nos embarques do grão, farelo e óleo, e projeções de queda dos preços do minério de ferro no ano que vem, Castro avalia que o valor das exportações brasileiras poderá cair cerca de 8 bilhões de dólares no próximo ano, considerando apenas esses dois produtos.
A baixa dos preços das commodities agrícolas ainda poderá causar redução das exportações de outros produtos, como os manufaturados. Isso porque a Argentina, um dos principais parceiros comerciais brasileiros e grande exportador agrícola, deverá importar menos por conta da receita agrícola menor.
Esse efeito indireto, segundo o dirigente da AEB, representaria 2 bilhões de dólares a menos de exportações brasileiras para o país vizinho.
"Se consideramos que as exportações devem cair 13 (bilhões de dólares) este ano (ante 2013) e mais 10 (bilhões) ano que vem, estamos andando para trás, como um siri", afirmou o presidente da AEB.
Com a queda dos preços do milho, também em função da supersafra nos EUA, e o reflexo disso para os preços da carne de frango, importante produto da pauta de exportação do Brasil, há possibilidade de o país registrar déficit comercial no próximo ano.
Isso ainda dependeria bastante das importações --se elas continuarem caindo, diante de uma economia fraca, o saldo negativo ainda poderá ser evitado.
O Brasil não registra déficit comercial anual desde 2000, mas o superávit vem caindo nos últimos anos, elevando o déficit em conta corrente --um dos indicadores externos mais observados por investidores. No ano passado, a balança foi superavitária em 2,4 bilhões de dólares, e neste ano, até a terceira semana de setembro, está deficitária em 507 milhões de dólares.
Com a entrada menor de recursos externos via balança comercial, a tendência é o dólar subir, pressionando a inflação, o que pode exigir do próximo governo um aumento dos juros, avaliou Castro.
MENOS CATASTROFISMO
Na visão da Abiove, as receitas com as exportações de soja e farelo de soja devem cair no próximo ano apesar de embarques recordes.
Os fluxos de minério de ferro, lideradas pela Vale, maior produtora mundial, também deverão crescer, mas a cotações seguirão pressionadas, após alcançarem mínimas de cinco anos recentemente, por conta da oferta maior do que a demanda.
Previsões como a do Citibank, por exemplo, apontam preço do minério de ferro caindo 20 por cento em 2015 ante 2014, para 80 dólares/tonelada. O governo da Austrália, maior exportador global, prevê média de pouco mais de 90 dólares/t.
O diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fabio Silveira, agregou mais um fator para a queda dos preços-- a saída de investidores dos mercados futuros.
"Tem o excesso de oferta, mas tem um movimento financeiro grande, os mercados de commodities não estão desvinculados dos movimentos financeiros. Os mercados de commodities estão tendo redução de contratos, em função da alta dos juros. Os investidores estão aplicando em títulos públicos que pagam mais... essa migração já está em marcha e tende a se intensificar", destacou.
Mesmo assim, ele tem uma visão menos pessimista para a balança comercial em 2015.
Tal como Castro, da AEB, Silveira acredita que as exportações de petróleo do Brasil deverão ter volumes crescentes e poderão aliviar a situação da balança comercial.
Ele ponderou, ainda, que o impulso dado à economia global pelo bom desempenho do PIB dos EUA, que cresceu no ritmo mais rápido em dois anos e meio no segundo trimestre, não pode ser menosprezado para efeitos do comércio brasileiro.
"Não seria tão catastrofista, porque a economia americana está indo bem, e se a economia americana vai bem, e tende a continuar indo bem, isso fortalece ou pelo menos evita que a China tenha desaceleração muito forte", disse. "Consequentemente, se temos um problema de preço, em alguma medida essa queda de preço de commodity tende a ser parcialmente compensada pelo aumento dos volumes exportados", argumentou Silveira.
Ele disse ainda que em 2015 o país terá outro cenário com um câmbio mais forte. "Vai aumentar exportações de outros setores, a exportação de carros tende a melhorar um pouco... Não que a taxa de câmbio vai ser um elixir... mas vai melhorar têxteis, autopeças, vai dar um fôlego absolutamente necessário para a indústria", disse, pressupondo um cambio de 2,45-2,50 reais.
O dólar fechou cotado nesta sexta-feira a 2,4160 reais, em queda de 0,57 por cento, após atingir 2,442 reais no intradia.