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quinta-feira, 7 de novembro de 2013


Serra prevê alta de juros em 2014


Por Fernando Taquari | De São Paulo
Com um discurso crítico à política econômica do governo federal, o ex-governador José Serra (PSDB) disse ontem que exercer a Presidência não será tarefa fácil a partir do próximo mandato. Em palestra para a consultoria multidisciplinar GO Associados, realizada por teleconferência, o tucano mostrou pessimismo com os rumos da economia nacional. No entanto, fez questão de ressaltar que não é impossível tratar dos desarranjos. Serra tenta se viabilizar dentro e fora do partido para concorrer ao Palácio do Planalto.
O tucano observou que os juros devem subir em 2014 para compensar a pressão nos preços na esteira da desvalorização cambial. "[O aumento dos juros] vai ultrapassar as previsões porque se desvalorizar o câmbio, sobe a inflação, o que não é bom para o governo em ano eleitoral", afirmou. A associação entre alta dos juros e a eleição presidencial já tinha sido feita pelo o ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Gesner Oliveira, sócio da GO Associados.
"A inflação tem um efeito tremendo sobre resultados eleitorais. A tendência vai ser acelerar o aumento dos juros como forma de contenção da inflação", declarou Gesner. Serra disse ainda que o cenário econômico piorou e que a partir de 2015 o presidente não terá como enfrentar a inflação apenas pela contenção de preços. "Ninguém imagina que os preços vão ficar congelados para sempre. O próximo governo não terá essa margem de manobra", argumentou.
O ex-governador afirmou que as perspectivas também são negativas em outras áreas. Como exemplo, citou o aumento no déficit em conta corrente, a expectativa de que queda no saldo da balança comercial e a expansão do gasto público sem qualidade, apenas para "políticas salariais expansionistas". Além disso, ironizou a aposta do governo federal pelos modelos de concessão e partilha para ampliar os investimentos no país. "Os erros cometidos são material para curso. Isso deveria ser estudado nas escolas sobre como se investe mal, como não se sabe planejar nem investir no Brasil pelo menos na era petista", afirmou o tucano
Por fim, afirmou que o futuro presidente ficará com o "mico" de lidar com a atual política do Tesouro Nacional de créditos subsidiados à iniciativa privada. O estoque dos empréstimos, estimou, está em torno de R$ 400 bilhões. "Eu duvido que não haja uma boa parte desses créditos sem saúde, que não sejam bons créditos. Nós vamos ter problemas na hora deles serem saldados".


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