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terça-feira, 1 de abril de 2014

Indústria faz previsão modesta

28/03/2014 às 05h00
Por Roberto Rockmann | De São Paulo

A trajetória de retomada do investimento deverá continuar neste ano e no próximo, mas a alta deverá ser modesta diante da perda de dinamismo da indústria, do custo Brasil e entraves a diversos projetos de infraestrutura. Em 2013, a taxa de formação bruta de capital, que representa os investimentos, cresceu 6,3% em relação a 2012, ano em que houve recuo de 4%. O peso dos investimentos no PIB em 2013 foi de 18,4%. Nas projeções do economista Fábio Silveira, da GO Associados, o investimento deve crescer 3% neste ano e perto disso em 2015, o que levará a taxa de formação de capital a 18,7% em 2014 e a 19,1% no próximo ano. Apesar da alta, esse número está abaixo do melhor resultado apurado pelo país (em 2010 chegou a 19,5%) e de outras nações emergentes: na China está acima de 40%, sendo o principal motor da economia chinesa nas últimas duas décadas.
A desvalorização cambial deve dar um pouco de fôlego à indústria, a alta da massa salarial deve estimular o consumo das famílias e o crédito imobiliário e as obras de infraestrutura deverão impulsionar o investimento. "O crescimento da construção deve ajudar o PIB, que deve ter uma alta de 2% este ano. Mas, para que o investimento tenha expansão mais forte e possamos crescer de verdade, seria preciso que a indústria de base, como a siderúrgica, de máquinas, petroquímica, ganhasse muito mais fôlego e que a construção tivesse custos mais competitivos e uma carga tributária mais racional e eficiente. Sem isso, daremos passos de tartaruga", analisa Silveira.
Um dos principais destaques do PIB de 2013 foi o aumento de 10,2% da produção de máquinas e equipamentos. Um ano antes, o segmento tinha caído 9%. "Foi o impacto da adoção do padrão ambiental de caminhões menos poluentes que reduziu esse número em 2012, mas, para este ano, não se deve ter um impacto tão grande", destaca Silveira. Nos últimos meses, o governo leiloou 4,2 mil km de rodovias, dois aeroportos (Galeão e Confins), um mega campo do pré-sal e se prepara para licitar outros 2,6 mil km de estradas, uma parte desses projetos deve alavancar o PIB, mas o impacto positivo ainda é difícil de ser analisado, segundo empresários.
Teme-se que parte das encomendas seja direcionada para o mercado externo. Por conta do custo Brasil, uma máquina fabricada aqui custa 37%, em média, mais do que uma americana ou alemã. "Com a estrutura atual, muita coisa poderá ser feita fora daqui", diz Carlos Pastoriza, diretor da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).


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