Por Marta Watanabe
Fonte: Valor Econômico
A pressão inflacionária deve concentrar as atenções do governo nos próximos meses. Por isso, no campo da política cambial, o controle da alta de preços deve ser prioridade em relação à competitividade para o comércio exterior, o que piora o quadro já pouco animador para a exportação de manufaturados, com perspectivas de uma continuidade da valorização da moeda nacional -no patamar atual, de R$ 2,20, ou mesmo a R$ 2,10. Essa é a opinião do economista Fabio Silveira, diretor de pesquisa econômica da GO Associados.
"Há uma mudança de cenário em razão do calendário político, com eleições este ano, e por conta da impressionante elevação da inflação nos últimos meses", diz o economista. Para ele, o patamar do dólar em torno de R$ 2,40 ficou para trás. "Agora a pergunta que fica é qual o piso da taxa de câmbio: R$ 2,10 ou R$ 2,20, um pouco mais ou um pouco menos?"
"Por enquanto, a preocupação do governo federal é com a pressão inflacionária e não deve haver iniciativa para retorno da desvalorização cambial", diz Lia Valls, do Ibre-FGV. A perspectiva para as indústrias exportadoras, diz Lia, não é boa, principalmente quando se leva em consideração a baixa demanda internacional por produtos dessa classe.
Silveira lembra que com a apreciação do real frente à moeda americana o exportador perde flexibilidade de preços para exportação de manufaturados. "Um recuo do dólar de R$ 2,40 para algo em torno de R$ 2,20 dá diferença próxima a 10%, o que tira rentabilidade e compromete a competitividade no mercado externo."
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