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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cinco desafios econômicos do próximo Governo

O economista Gésner Oliveira apresentou o cenário futuro da economia durante o CFO Club, promovido pelo Experience Club
 
Restabelecer a credibilidade, aumentar os investimentos em infraestrutura, equilibrar as contas públicas, corrigir a estrutura de preço relativo e assegurar consistência nos programas sociais são os cinco desafios que o candidato que ganhar a eleição presidencial, em outubro deste ano, deverá enfrentar. Este cenário econômico foi revelado pelo economista Gésner Oliveira, que atuou como secretario adjunto de Política Econômica e Secretário de Acompanhamento Econômico do Governo Federal e participou do grupo que formulou o Plano Real. A apresentação foi realizada durante o CFO Club, evento promovido pelo Experience Club - mais ampla e eficiente plataforma de networking e negócios do mercado.
 
“Existe um desconforto. O mundo está repleto de tensões e sem fortes perspectivas de crescimento e este cenário gera menos oportunidades e é menos promissor. Acabou o período de bonança externa para o Brasil”, ressaltou Oliveira. Nos anos 90, o problema do País era a inflação. Hoje, o grande desafio é o crescimento sustentável, que consiste em aumentar a renda per capita. Essa será a busca da próxima década. Ele ainda afirmou que a economia mundial não oferece mais as oportunidades do passado. Além disso, o Brasil decepciona ao combinar desaceleração com pressão inflacionária e precisará de ajustes a partir de 2015, independente de quem vencer as eleições.
 
“O mundo sorriu para o País na década passada. Isso foi positivo para o aumento do consumo, mas o Brasil perdeu a chance de crescer em infraestrutura e produtividade, sem a qual morreremos na política internacional”, afirmou. Por isso, aumentar os investimentos em infraestrutura é um dos principais desafios para o próximo governo. A boa notícia é que estes gargalos são grandes oportunidades para as empresas.
 
A taxa de investimento em infraestrutura é ineficiente para o crescimento do País e isso atrapalha no aumento da produtividade. Ele ainda enfatizou que a Posição do Brasil em infraestrutura é a pior em relação aos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em todos os setores a demanda aumentou. Na ordem de áreas que precisam de investimentos, os portos brasileiros estão em primeiro lugar. Na sequência vem saneamento, rodovias e ferrovias, aeroportos, energia e telecom. “A demanda cresceu em todos os segmentos e o investimento em infraestrutura teve queda entre 2008 e 2011. Para ter bons resultados seria necessário investir R$ 5 trilhões em 20 anos, ou seja, R$ 240 bilhões ao ano”, estima Oliveira.
 
Apesar de todos os desafios, vale ressaltar que hoje o Brasil possui estabilidade econômica. “Não importa quem ganhará as eleições, não haverá grandes mudanças na economia. Antes os candidatos traziam agendas opostas, hoje é clara. É muito bom estar em um ano eleitoral e não estar discutindo o que vai acontecer no Brasil. Diferente do que aconteceu no período Collor, por exemplo.”
 
CENÁRIO MUNDIAL
 
O economista explicou que o cenário mundial justifica o panorama que o novo governo enfrentará a partir de 2015. “Restabeleceu-se o eixo de desenvolvimento do mundo e houve desaceleração das economias emergentes. O hiato da taxa de crescimento entre os BRICS e os países desenvolvidos começa a fechar”.
 
Os Estados Unidos está se recuperando. Houve redução do desemprego, o PIB avançou e há expansão moderada do mercado doméstico. “As boas notícias dos EUA repercutem sobre as previsões monetárias. O Real e Yen tiveram desvalorização expressiva em 2013 com as mudanças nos EUA”, disse Oliveira. Na União Europeia a situação é frágil e há dificuldade de retomada. O desemprego ainda é elevado e a competitividade dos produtos europeus é limitada. “O dinamismo dos BRICS arrefeceu. A Índia está com problemas para manter a aceleração e não consegue conservar uma economia sustentável. Já a África do Sul e Brasil têm dificuldades de crescimento”, destacou o economista.
 
Sobre o economista Gésner Oliveira
 
Gesner Oliveira é economista pela FEA-USP, mestre pela Unicamp e PhD por Berkeley (EUA), além de autor de diversos artigos e livros no Brasil e no exterior. Tem passagem pelo Governo Federal na área macroeconômica como Secretario Adjunto de Política Econômica e Secretário de Acompanhamento Econômico. Participou do grupo que formulou o Plano Real em 1993-94. Conhece profundamente as políticas microeconômicas, regulatórias e setoriais, tendo presidido o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em 1996-2000. Foi sócio e consultor pelas Tendências e colunista da Folha de São Paulo em 2000-07. Presidiu a Sabesp durante o período 2007-2010. Atualmente, é sócio-diretor da GO Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas.
 
Sobre o Experience Club
 
Comandado pelo empresário Ricardo Natale, é a mais ampla e eficiente plataforma de networking e negócios do mercado. Através de um calendário anual de eventos de experiências e de conteúdo, os executivos que fazem parte do top management das empresas mais representativas do país se encontram frequentemente com o objetivo de promover relacionamento profissional de alta qualidade, trocar informações relevantes para o dia a dia corporativo e incrementar o conhecimento. 
 
Fonte: http://www.segs.com.br/so-seguros/156184-cinco-desafios-economicos-do-proximo-governo.html

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