Agência Estado – 21/10/2013
União avalia PPP como alternativa na infraestrutura
Segundo consultor, parcerias público-privadas permitiriam elevar os investimentos no setor, que hoje somam 2% do PIB
O Programa de Investimentos em Infraestrutura (PIL), lançado pelo governo federal no ano passado, até agora não saiu do papel e, diante da dificuldade em atrair os investidores pelo modelo de concessão tradicional, autoridades analisam a possibilidade de ofertar alguns dos projetos menos atrativos e mais arriscados por meio de parcerias público privadas (PPPs), como para quatro das oito rodovias incluídas no programa.
O consultor Gesner Oliveira, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), lembra que as PPPs ainda não deslancharam no Brasil, mas poderiam permitir um aumento do montante de investimentos direcionados à infraestrutura nacional, que hoje somam apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, porcentual mais baixo que o aplicado em outros países emergentes como China e Índia, onde são investidos no setor cerca de 7% do PIB local. Além disso, diz, as concessões de infraestrutura por PPPs poderiam favorecer o desenvolvimento de modelos de parcerias entre Estado e capital privado no país.
Levantamento realizado pela consultoria de Oliveira, a GO Associados, mostra que existem hoje no Brasil apenas 30 PPPs contratadas, das quais 21 estão efetivamente em execução, sendo 20 parcerias estaduais e uma federal. No total, elas somam cerca de R$ 20 bilhões. “Nosso levantamento indica que há um grande número de projetos de PPP, mas esse número não está propriamente em execução”, disse.
Lá fora
O quadro é bem aquém do observado em outros países. Na Índia, estatísticas oficiais apontam para 831 projetos em execução, nas áreas de saneamento, energia, rodovia, educação, portos e ferrovias. No Reino Unido, pioneiro nas PPPs, são mais de 700 projetos realizados. Segundo dados do Infraestructure Database, do Banco Mundial, os investimentos globais por meio de PPPs já ultrapassam US$ 180 bilhões. Desse total, quase US$ 60 bilhões foram realizados em países da América Latina, mas apenas cerca de US$ 10 bilhões no Brasil.
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