ANÁLISE: Fábio Silveira* - O Estado de S.Paulo
Em dezembro, o volume de vendas do varejo cresceu 3,9% (na série restrita sem ajuste), ou seja, em ritmo menor que o apresentado em igual mês de dezembro de 2012, quando este indicador elevou-se 5,1%. Na série restrita com ajuste, o varejo brasileiro retraiu-se 0,2%, encerrando 2013 com variação de 4,3%. Em termos menos áridos, o processo de esfriamento do varejo brasileiro continua. A cada mês, reforça-se a trajetória declinante do setor, projetando-se para 2014 um crescimento físico das vendas da ordem de 3,5%. Espera-se tal desempenho como reflexo sobretudo da perda constante de dinamismo de seus principais condicionantes: massa real de rendimento e crédito ao consumidor.
Definitivamente, ficou para trás, o tempo em que as vendas mensais do varejo brasileiro eram objeto de crescimento acelerado (com taxas anualizadas entre 6% e 9% ao ano, na série sem ajuste), como observou-se em 2011 e 2012. Pior. Gera algum desalento perceber que essa época tão cedo não deverá retornar, já que, para tanto, será necessário: a) elevar o nível do pessoal ocupado, o qual está praticamente estagnado desde o fim do terceiro trimestre do ano passado; b) reverter o movimento declinante do salário real; e c) diminuir os juros reais embutidos nos financiamentos. Convenhamos que tratam-se de metas muito ambiciosas de serem atingidas no horizonte de 2014 e 2015.
* Diretor de pesquisa econômica da GO Associados
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